Revolta da Chibata vai ser contada em quadrinhos

A Revolta da Chibata vai ser narrada numa história em quadrinhos. O álbum será lançado pela editora Conrad e está programado para este ano. A obra está na fase final de produção e deve ter por volta de 140 páginas. Os  desenhos são de Hemeterio e o t

A idéia do álbum partiu da editora. A obra vai mesclar história e ficção, mostrando os bastidores da Revolta da Chibata. O ponto de vista da história estará em João Cândido. Negro, filho de escravos, ele foi o líder do movimento.



 
Segundo os autores, a Revolta da Chibata (1910) tem muito mais do que um protesto de marinheiros contra a maneira como eram punidos nos navios (eram açoitados pelos brancos, de patente maior). Foi também o resultado de tensões raciais e de classe, herdadas do período do Império.



 
O trabalho exigiu muito pesquisa, inclusive na composição visual. ''Costumo dizer que esse livro não seria possível sem as facilidades da internet'', diz Hemeterio, um arquiteto de 35 anos. ''Se precisávamos de uma visão panorâmica da Guanabara, era só procurar no Google. O mesmo vale para fardamentos, detalhes de quartéis, móveis e -muito importante- fotos de referência para os rostos dos personagens.''



 
Falta só um ''detalhe'': definir o nome do álbum. ''Isso ainda vai ser discutido conosco e com a editora. Inclusive, ainda não temos o desenho da capa definido. Acho que é interessante deixar pro final, pois é uma forma de trabalharmos mais próximos, nós e a editora. No entanto, nos bastidores, nos referimos ao projeto como ´A Revolta da Chibata´, claro''.



 
Essa não é a primeira parceria entre Hemeterio e Olinto Gadelha (analista de sistemas de 34 anos). Os dois se conhecem desde 1992. Fizeram em conjunto vários trabalhos para o mercado publicitário. Quadrinhos também. Um deles, ''Garatujas'', de 2004, foi a porta de entrada na Conrad. Um dos 500 exemplares, feitos por conta própria, foi levado à editora. Daí surgiu o convite para a Revolta da Chibata.



 
 
Nota: o álbum confirma a tendência de produção de obras históricas e de adaptações literárias, que, tudo indica, aumentará no ano que vem. É um duplo negócio. Para as editoras, a aposta é que os títulos sejam incluídos em programas educacionais bancados pelo governo, o que garante a venda de muitos exemplares. Para os autores, é uma forma de fomentar a produção nacional.


 


Fonte: Blog dos Quadrinhos