Empresa é autuada por manter trabalhadores sem carteira e em condições precárias.

Uma empresa de silvicultura da Zona da Mata mineira assina, na tarde desta quarta-feira, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), regularizando as condições de trabalho de 14 pessoas flagradas em situação precária de moradia e alimentação na fazenda Sant


Na tarde de segunda-feira, homens da Polícia Militar e dois auditores fiscais do Ministério do Trabalho, entre eles um médico, foram até a fazenda, situada num local chamado Alpes, onde encontraram 14 trabalhadores rurais alojados de forma desumana. Uma criança de seis anos e um adolescente de 13 anos, filhos de dois empregados, também estavam na residência. Os trabalhadores foram contratados por um intermediário (gato) para o serviço de capina de pasto, onde seriam plantados eucaliptos.


Segundo o auditor do trabalho José Tadeu de Medeiros Lima, do Ministério do Trabalho de Juiz de Fora, os empregados improvisaram camas usando varas de pau e um lençol. Na casa de cinco cômodos, o único banheiro era compartilhado por homens e mulheres e não apresentava condições de higiene e de estrutura. “Não havia descarga nem chuveiro elétrico”, conta o auditor. Ele acrescenta que, para comer, os trabalhadores só tinham arroz e feijão.


Depoimento


Os trabalhadores foram, ainda na segunda-feira, para um hotel no Centro do município, onde permanecem até esta quarta-feira. Ainda na terça-feira, o encarregado pela contratação dos bóia-frias, José Antônio Carlos, de 32 anos, foi levado para a delegacia da cidade, onde prestou depoimento e foi liberado. Todos os trabalhadores também foram ouvidos.


José Tadeu Lima explica que a empresa foi autuada por manter trabalhadores sem registro e em regime de trabalho degradante. “Localizamos a empresa que demonstrou interesse em regularizar a situação. Eles vão alugar casas para os trabalhadores em Mar de Espanha e fornecer transporte da cidade até a fazenda gratuitamente”, afirma. A empresa também vai assinar a carteira de trabalho de todos referente ao dia em que os empregados chegaram à fazenda, ou seja, no último sábado. Por meio do Termo de Ajustamento de Conduta, a empresa se comprometeu ainda a oferecer estabilidade no emprego de seis meses.


Fonte: Portal Uai