Chávez diz ser um soldado do batalhão de Tiradentes

“Sou agora um soldado do batalhão de Tiradentes”. Na noite de 19 de janeiro, a Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) ficou lotada para assistir a entrega da Medalha Tiradentes ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que demonstrou estar orgulhoso por

Em seu discurso, Chávez ressaltou a luta de Tiradentes e o comparou a outros lutadores como Simon Bolívar e José Ignácio Abreu de Lima, chamado por ele de “socialista e general das massas”. “Eu agradeço do mais profundo coração. Farei todo o possível para merecer esta medalha, que tem um grande significado, que leva o nome de um grande patriota. Essa medalha me compromete com o povo do Brasil e da América Latina. Me compromete com o grito de batalha que carregamos: Pátria, socialismo ou morte”, afirmou.


Por várias vezes Chávez foi interrompido por palmas e palavras de apoio pelo processo que ocorre na Venezuela. Chávez classificou-se como “um soldado revolucionário, porque eu estou cumprindo a função de presidente, mas eu sou um campesino, soldado e revolucionário. Essa é a minha verdadeira essência”.


Fidel


Sobre o amigo Fidel Castro, Chávez criticou aqueles que insistem em querer saber quando morrerá o presidente cubano. O presidente venezuelano disse que conversou com ele durante meia hora e que Fidel está novamente em Sierra Maestra, desta vez em uma batalha pela vida. Fidel Castro é um homem que nunca morrerá, sempre viverá. Assim como Che Guevara que também nunca morrerá.


Chávez ataca jornal O Globo


Hugo Chávez foi taxativo ao condenar as ações dos EUA: “todos os imperialismos são selvagens, mas hoje o mais selvagem de todo o mundo é o americano, o mais genocida e assassino de todos os impérios que já passaram pela Terra. Ou fazemos cair o imperialismo americano ou esse mundo vai entrar em uma crise profunda. Abaixo ao império norte-americano”, bradou Chávez.


O presidente Chávez também ressaltou o importante papel do presidente do Equador, Rafael Correa, a quem chamou de “um jovem presidente bolivariano e socialista”, e Evo Morales, “revolucionário e socialista”. Para ele, Washington e as oligarquias locais estão preocupados com os novos rumos da América Latina. Ele aproveitou para criticar o jornal O Globo, que tem feito uma sistemática campanha contra o processo na Venezuela. “O Globo quer envenenar e tenta confundir. Os oligarcas do Globo tratam de desfigurar-me, mas eles são os desfigurados. Todas as oligarquias da América Latina estão subordinadas aos mandos de Washington e O Globo está cumprindo os mandos dos amos imperialistas, como acontece na Venezuela e em outros países”, criticou.


Em seguida, Chávez criticou os grandes meios de comunicação, entre eles a RCTV que apoiou o golpe de 2002. “A RCTV pertence a uma família da alta burguesia. Em maio deste ano vencerá a concessão e eu estou sendo bastante paciente porque tenho que esperar o tempo, mas não vou renovar a concessão. Em maio vamos nacionalizar e socializar o espaço do espectro magnético público, que estava seqüestrado pelas elites imperialistas venezuelanas”, disse Chávez.


Brasil


Para Chávez, “o Brasil, pelo seu peso geográfico, político e econômico, está destinado a liderar a libertação da América Latina e seus líderes devem ter essa consciência. Sem o Brasil estaríamos em grandes dificuldades. Graças à posição firme de Lula derrotamos a Alca. Temos que marchar unidos para conquistar o sonho de Tiradentes”.


Para o sociólogo Emir Sader, a medalha “é o reconhecimento daquele que tem feito mais pela integração latino-americana, não só com propostas, mas com iniciativas concretas como o gasoduto continental e a Telesur. Tudo isso são as bases para a integração da América Latina, então o reconhecimento do povo do Rio de Janeiro é muito justo”.


Para a cantora Beth Carvalho, “a homenagem é muito importante, pois Tiradentes é uma figura muito forte para os brasileiros e Chávez também quer conquistar a liberdade para a América Latina”. A medalha foi entregue pelo deputado estadual Paulo Ramo (PDT). Também estiveram no ato a presidente do PCdoB/RJ, Ana Rocha, e o deputado federal eleito Edmilson Valentim (PCdoB).