Conferência de Paris arrecada R$ 16 bilhões para o Líbano

Representantes de 50 países e organismos internacionais, reunidos nesta quinta-feira (25/01) em Paris, prometeram uma ajuda superior a R$ 16 bilhões ao Líbano, crucial para o país asfixiado pela crise política e econômica. O montante da ajuda foi anunciad

Anfitrião da Conferência de Paris, seu discurso de abertura salientou a oportunidade “única” para, com “firmeza”, apoiar política e economicamente a plena “soberania” libanesa. Chirac destacou a presença internacional na capital francesa como um “forte sinal” para o Líbano e para a “estabilidade” no Oriente Médio, ponto de vista partilhado por outros participantes da conferência.


 


Durante o evento, aconteciam novos conflitos em Beirute entre a oposição pró-Síria e partidários do governo, levando à intervenção do exército e deixando pelo menos um morto, dois dias após os xiitas radicais do Hezbollah (Partido de Deus), apoiados pela Síria e pelo Irã, convocarem greve geral contra o executivo pró-EUA do primeiro-ministro Fouad Siniora.


 


A ajuda concedida nesta quinta-feira, em empréstimos, doações e dotações para projetos, superou amplamente as melhores expectativas das autoridades libanesas em relação à Conferência de Paris de 2002, em que foram obtidos pouco mais de 3,2 bilhões de euros (R$ 8,8 bilhões). Em Paris, Siniora agradeceu à comunidade internacional a ajuda ao programa qüinqüenal libanês de reformas, aprovado recentemente pelo seu governo e até então sem fundos para ser posto em prática.


 


De fato, a dívida libanesa é neste momento de mais de 30 bilhões de euros (R$ 80 bilhões), 180% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo o objetivo do programa das reformas uma redução para 144% do PIB até 2011.


 


Doadores
O Brasil contribuiu com o Líbano com R$ 2 milhões. O chefe da diplomacia de Brasília, Celso Amorim, frisou que no Brasil vive a mais importante comunidade libanesa do mundo, mais numerosa do que a população do país dos cedros. O primeiro doador ao Líbano foi a Arábia Saudita, com um “pacote” de quase R$ 2,4 bilhões.


 


Os Estados Unidos, representados pela chefe da diplomacia, Condoleezza Rice, entraram com R$ 1,6 bilhão, a França com R$ 1,4 bilhão e a União Européia (UE) com R$ 1,1 bilhão, além de empréstimos pelo montante global de R$ 4 bilhões. A representante norte-americana frisou que “os libaneses merecem a paz e a oportunidade para decidir o futuro político sem a ameaça de violência”.


 


Na mesma linha, interveio o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. O Banco Europeu de Investimento (BEI) ajudou com R$ 2,6 bilhões, o Fundo Árabe para o Desenvolvimento Econômico e Social com R$ 1,5 bilhão, os Emirados Árabes Unidos (EAU) com R$ 640 milhões e o Banco Islâmico para o Desenvolvimento com R$ 530 milhões.


 


Luxemburgo ofereceu R$ 1,6 bilhão, a Itália R$ 330 milhões, o Reino Unido R$ 317 milhões, a Alemanha R$ 280 milhões e a Espanha R$ 96 milhões. Londres contribuiu com R$ 130 milhões adicionais para os palestinos radicados no Líbano e Portugal contribuiu com R$ 1,4 milhão.