Irritadas com Copom, centrais pedem mudanças na economia

A redução da taxa básica de juros, a Selic, para 13% desagradou entidades que representam os trabalhadores. Em nota, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho,  disse que, com a redução em 0,25 ponto, “o governo frustra os an

Para o presidente da Força Sindical, será impossível crescer 4,5% neste ano, como pretende o governo, com a taxa de juros no patamar definido na quarta-feira (24/01) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “Continuamos com o triste título de 'campeões mundiais' da taxa de juros. O governo precisa dar um ânimo e criar um circulo virtuoso na economia”, disse o líder sindical.


 


Na opinião do presidente da Força Sindical, a política econômica atual é o grande entrave para o crescimento do país. “Precisamos urgentemente de uma autêntica agenda voltada para o desenvolvimento, com foco na produção e na geração de empregos. O governo tem de entender que a grande trava para o crescimento do País é a atual política econômica, que só privilegia o setor especulativo”, afirmou.


 


Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) definiu a decisão do Copom como “decepcionante”. A entidade expressou indignação, em nota, afirmando que nem as constantes reivindicações dos trabalhadores e do setor produtivo por quedas mais expressivas na taxa Selic nem o anúncio do PAC foram suficientes para sensibilizar os integrantes do comitê.


 


“Dezenas de notas oficiais emitidas após as decisões do Copom jamais sensibilizaram os integrantes desse restrito comitê, surdo aos apelos dos trabalhadores e do setor produtivo por uma queda acelerada da taxa básica de juros. Nem mesmo o anúncio do PAC, sinalização política do governo federal com vistas ao crescimento, retirou o manto da mesmice e da falta de coragem que obscurece a mente desses nobres cavalheiros. Chega de notas. Queremos mudanças. Os trabalhadores exigem participar ativamente das decisões em torno da política econômica. Pela ampliação e democratização do Conselho Monetário Nacional, já”, defendeu o presidente da CUT, Artur Henrique, no texto.


 


Citado no final da nota pelo presidente da CUT, o Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Composto pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central, é o CMN que estabelece as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e de crédito. O conselho regula as condições para a constituição, o funcionamento e a fiscalização das instituições financeiras e também disciplina os instrumentos de política monetária e cambial.