Fórum Social Mundial: Ato do IMG debate luta pelo socialismo

Por Vinicius Puhl, de Nairóbi, (Quênia)


Já é tradição no Fórum Social Mundial um encontro oficial de organizações revolucionárias que pautam, no evento, a luta pelo socialismo. Em sua 7ª edição, o FSM recebeu o debate envolvendo partidos comuni

Da mesa “A Luta pelo Socialismo no Século 21”, participaram José Reinaldo de Carvalho (Partido Comunista do Brasil – PCdoB); Prabhir Purkyas (PC da Índia – Marxista), Maitê Mola (PC da Espanha); Carlos Martinez (Conselhos Populares e Partido Socialista Unificado da Venezuela); Che Guastaco (Partido Comunista da África do Sul); e Nilthan Ataya (Partido do Povo Palestino).


 


José Reinaldo iniciou sua intervenção afirmando que o socialismo é a alternativa ao capitalismo e ao imperialismo. Destacou que a política dos Estados Unidos esté sendo derrotada pelos povos – e que o mundo vive um novo momento. Segundo o dirigente brasileiro, os setores populares e socialistas vivem um período de ofensiva com acumulação de forças, visando replantar alternativa para a vitória do socialismo.


 


“A humanidade tem vocação para o progresso, para resolver seus problemas”, sublinhou. Ao caracterizar as classes dominantes no Brasil como “reacionárias”, José Reinaldo reafirmou a luta entre a classe trabalhadora e as classes dominantes. De acordo com ele, a derrota das classes dominantes se realizará através das experiências do povo. É necessário fixar – para chegar ao socialismo – as bandeiras da democracia, da independência e da soberania nacional, além da bandeira da luta pela resolução dos problemas sociais.


 


A força do partido
O brasileiro assinalou a necessidade de partidos comunistas que “compreendam que não há modelos para a construção do socialismo – e o 'segredo' de seu êxito consiste em descobrir as peculiaridades do país e a situação em que se atua”. José Reinaldo concluiu sua intervenção afirmando que “a construção do socialismo é tarefa do Partido Comunista e das forças democráticas, progressistas e de esquerda”.


 


O comunista africano Che Guastaco fez um relato da historia do PC da África do Sul – o partido mais antigo do país. Guastaco destacou o debate promovido no FSM como um importante encontro de intercambio de idéias. Já a dirigente comunista espanhola Maitê Mola, respondeu alguns questionamentos sobre a necessidade do socialismo do século 21.


 


Maitê destacou que vivemos em um estado de barbárie. “Na barbárie, a única alternativa é o socialismo”, defendeu. Ao encerrar sua intervencao, Maite Mola, defendeu a igualdade entre homens e mulheres e afirmou que se esta igualdade ocorrer nas organizacoes dos movimentos sociais estaremos mais pertos do socialismo.


 


O indiano Prabhir Purkyas destacou a luta contra as políticas neoliberais e o imperialismo. Afirmou que há uma reinvenção do colonialismo e que as nações em desenvolvimento estão sofrendo intervenções por meio de políticas sociais e econômicas.


 


Unidade e integração
Para o comunista palestino Nilthan Ataya, “os povos do mundo, unidos, construirão o cemitério do imperialismo e um mundo melhor”. Ataya enalteceu a resistência no Oriente Médio e a preocupação dos comunistas palestinos com a democracia na região Também destacou o papel da unidade dos povos e as lutas globais. “Vamos formular estratégias e debates, as ideologias – estas formulações são fundamentais para nos unirmos e para a construção do futuro”.


 


Carlos Martinez – que coordena os Conselhos Populares e é um dos fundadores do Partido Socialista Unificado da Venezuela – agradeceu o apoio e a solidariedade com a Revolução Bolivariana, destacando a liderança de Hugo Chávez. “Está nascendo o socialismo. O governo popular abre caminho para este verdadeiro socialismo”, afirmou.


 


O venezuelano frisou que o bolivarianismo está libertando o povo – “que era analfabeto e já está alfabetizado”. Ressaltando o papel da integração entre os povos, demonstrou gratidão ao povo cubano que tem contribuído para a o desenvolvimento da Venezuela. O dirigente também fez uma saudação ao presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro: “Vida longa a Fidel! Os imperialistas torcem por sua morte – então eles precisam saber que Fidel Castro viverá para sempre em nossa luta”.


 


Outros dirigentes e militantes de várias organizações revolucionárias participaram do debate, entre os quais os dirigentes comunistas de Cuba, Itália, Grécia e Portugal, bem como da Frente de Libertação de Moçambique. O Brasil esteve representando por militantes do PT e dirigentes do PCdoB.