Ameaça à segurança nacional será discutida na Câmara

A Comissão da Amazônia vai convidar membros do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM) para debater o conteúdo do “Relatório de Situação” elaborado pela entidade com a colaboração do Sistema Brasileiro de Inteligência, vinculado à Agência Brasileira de In

“Considerando a atual reivindicação de autonomia e a possibilidade de futura reivindicação de independência de nações indígenas, o quadro está cada vez mais preocupante, especialmente na fronteira norte. As organizações não governamentais (ONGs), algumas controladas por governos estrangeiros, adquiriram enorme influência, na maioria das vezes usada em benefício da política de suas nações de origem, em detrimento do Estado brasileiro. Na prática, substituem, nas áreas indígenas, o governo nacional”, diz um trecho do relatório.


 


A deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), autora do pedido de audiência, avaliou como gravíssimo o conteúdo do documento, sobretudo por contar com a colaboração de militares vinculados a Abin. “Os militares, segundo a reportagem, chegam a reafirmar as suspeitas de que ONGs e entidades religiosas estrangeiras estão tomando a Amazônia”, diz a deputada que também vai solicitar a presença dos representantes da agência e do MInstério da Defesa na audiência a ser marcada assim que for constituída a comissão na nova legislatura.


 


O documento também avalia com preocupação a presença militar dos Estados Unidos na região. Diz que é crescente o comparecimento de assessores militares daquele país e a venda de equipamentos sofisticados às Forças Armadas colombianas, “pretensamente para apoiar os programas de erradicação das drogas”.


 


“A presença militar estadunidense, que já se estende à Guiana, ao Equador, ao Peru, à Bolívia e, recentemente ao Paraguai – aproveitando-se do vazio de nossa política externa em relação àquele país – por meio da utilização de bases militares, poderá se expandir a outros países sul-americanos para transformar a luta contra a droga em uma empreitada militar sul-americana, e não apenas colombiano-estadunidense. O plano provavelmente faz parte da estratégia dos EUA para assegurar a presença militar direta na região andino-amazônica e no cone sul, em torno do Brasil”, diz outro trecho do relatório.


 


Para a deputada Vanessa, o governo brasileiro já demonstrou em diversas ocasiões que terá posição contundente quando a questão envolver a soberania nacional. Ela lembrou que assim se comportou o ministro Waldir Pires (Defesa), em resposta a um requerimento de sua autoria que questionando o suposto plano do governo inglês de privatizar a Amazônia.


 


Waldir Pires disse na ocasião que “o Ministério da Defesa repudia com veemência qualquer intenção ou hipótese de internacionalização da Amazônia, e acompanha o assunto com preocupação, dado que eventual projeto nesse sentido, sobretudo por iniciativa de potências estrangeiras, representaria uma afronta à soberania nacional – e teria, por conseguinte, nossa decisiva e vigorosa resistência”.


 


De Brasília
Iram Alfaya