Governo do Rio mantém lógica de cortes no orçamento da UERJ

Apesar das promessas de campanha, o novo governador do Rio, Sérgio Cabral, manteve a lógica de cortar os investimentos da UERJ. A queda foi de R$ 296,7milhões para 271,6 milhões. O corte afeta mais ainda a universidade, pois é menos do que o necessário

Segundo o coordenador-geral do Sintuperj, José Arnaldo, “o orçamento quando sai da Universidade já tem um corte de aproximadamente 40%, portanto não contempla as necessidades de custeio e investimento. O corte anunciado amplia este percentual. Segue-se no novo governo a velha lógica de considerar educação como despesa e de subestimar a educação”.


O dirigente sindical informa que as seis universidades estaduais de São Paulo recebem 11% do ICMS arrecadado. No Rio, a constituição estadual fixa o repasse em 6% da receita tributária líquida. “Diante disso, todo ano a universidade fica com o pires na mão solicitando mais verbas e cai na lógica de buscá-las no setor privado, na venda de serviço e outros meios”, critica Arnaldo.




Um ano de descaso




Ironicamente, o corte no orçamento foi anunciado no dia 29, dois dias antes de completar um ano do desabamento da marquise da universidade, que pesava 10 toneladas. Até hoje, a administração da universidade não consertou a área. A marquise está apenas ancorada com madeiras e estrutura metálica. Enquanto a obra não sai, o Estado paga o aluguel da estrutura que apóia as coberturas.


O Sindicato informa também que, hoje, o salário do trabalhador da UERJ compra menos da metade do que comprava em 2001. As perdas acumuladas ultrapassam 55% dos ganhos.