Pesquisa mostra que maioria dos britânicos quer saída de Blair
A maioria dos britânicos acreditam que o primeiro-ministro do país, Tony Blair, deve renunciar imediatamente, aponta uma pesquisa publicada neste domingo, uma semana após a denúncia da suposta “venda” de títulos honoríficos para empresários que contribuír
Publicado 04/02/2007 21:03
Blair, que disse nesta semana achar “inadequado” deixar o cargo antes da conclusão da investigação, foi interrogado pela Scotland Yard novamente na semana passada como testemunha e não como suspeito.
Em discurso para ativistas na noite deste sábado, durante uma festa, Blair disse que não subestima o problema enfrentado pelo governo. Mas declarou que o caso não vai forçá-lo a uma renúncia prematura e precipitada.
A pesquisa ICM publicada neste domingo no “Sunday Express” diz que 56% dos entrevistados defendem a renúncia do primeiro-ministro. Dos entrevistados que se declararam eleitores do partido de Blair, 43% defendem a renúncia.
Apesar de Blair ter, nos últimos tempos, se recusado a dar uma data para sua saída do governo, muitos políticos ligados a ele esperam que Blair saia do cargo em julho, quando transferirá os poderes ao influente ministro da Economia, Gordon Brown, considerado seu sucessor natural
Investigação
A Scotland Yard iniciou sua investigação em março do ano passado, depois de o Partido Nacionalista Escocês (SNP) ter denunciado que empresários que tinham emprestado dinheiro ao Trabalhismo para a campanha eleitoral de 2005 estavam recebendo títulos de lordes.
Trata-se da primeira vez na história que um primeiro-ministro do Reino Unido é interrogado duas vezes por suposta venda de títulos honoríficos, uma prática proibida por uma lei de 1925.
A polícia já interrogou várias pessoas, entre elas o empresário Lorde Levy, doador do Trabalhismo; Ruth Turner, diretora de relações do governo com o Partido Trabalhista; Christopher Evans, milionário do setor da biotecnologia que doou dinheiro ao partido, e o ex-assessor do Executivo Des Smith.