Chico Lopes reforça luta pela integração do São Francisco

A integração do rio São Francisco foi o tema do discurso do deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), logo no primeiro dia de sessão legislativa, nesta segunda-feira (5). O parlamentar deu entrada na mesa com requerimento pedindo a instituição de comissão exter

''Considerando indispensável a participação dos parlamentares na busca de soluções para os graves problemas que afetam o Brasil, em particular o semi-árido e ainda o papel fiscalizador desta Casa propomos a criação de Comissão Externa, destinada a acompanhar  as ações, inclusive as obras, do projeto de integração do Rio São Francisco com às bacias dos rios intermitentes do semi-árido'', justificou o deputado.


 


Ele elogiou o esforço do Presidente Lula e do ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes (PSB-CE), que conseguiram superar todas as divergências, atendendo as exigências dos estados de Minas Gerais e Bahia, que se posicionaram contrários à obra.


 


O deputado comunista destacou a destinação de recursos na ordem de R$6,6 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para ser empregado na obra de integração de bacias no período de 2007 e 2010.


 


Queixas


 


Lopes queixou-se do Ministério Público da Bahia, que tem questionado a legalidade da obra. ''Não entendemos porque essa perseguição do Ministério Público da Bahia, quando já foram cassadas todas as liminares'', afirmou Chico Lopes.


 


Chico Lopes fez relato da situação precária de abastecimento de água nos estados como o Ceará e Paraíba, classificando como ''falta de respeito humano'' a atitude do Estado da Bahia, de se opor ao projeto. Ele lembrou que a água que será direcionada para os rios do Nordeste Setentrional não fará falta à Bahia por que é uma água que se perde no mar.


 


''O Projeto de Integração do Rio São Francisco, ora em pauta, prevê a utilização de apenas 26 metros cúbicos por segundo de uma vazão firme de 1.850 metros cúbicos por segundo, o que corresponde a pouco mais de 1% da água que o rio derrama no mar. E é exatamente nessa águas destinadas ao mar que depositamos a segurança hídrica de boa parte da população nordestina'', explicou o deputado.


 


Além de captar uma pequena parte das águas do Rio São Francisco, o deputado destacou que ''o projeto de interligação ds bacias propõe ações de revitalização do rio e recuperação do meio ambiente, que somam à execução de obras de saneamento básico nas cidades localizadas ao longo de seu curso''.


 


''O Brasil é o país com a maior reserva de água doce do Planeta. No entanto, esta água é mal distribuída no tempo e no espaço, na região Nordeste por exemplo habita 1/3 da população brasileira e conta com apenas 3% da água doce do Brasil para o atendimento das necessidades básicas da sua população. Esse quadro contribui para inserção da região nordestina num cenário de miséria, no qual a convivência com o semi-árido torna-se desumana para a população'', relatou Lopes.


 


De Brasília
Márcia Xavier