Bloco de esquerda reafirma união e faz planos para próximas eleições

Os partidos que formaram o chamado “bloco de esquerda” – PSB, PDT e PCdoB, além do PAN, PMN e PHS – vão reafirmar a união em ato que será realizado nesta quarta-feira (7), às 11 horas, na Câmara dos Deputados. O evento foi discutido na reunião dos líde

O bloco, que nasceu durante o processo eleitoral da Câmara, “veio para ficar”, segundo seus integrantes. O objetivo é manter uma atuação conjunta e unir forças para as eleições de 2008 e criar condições de lançar um nome próprio à sucessão do Presidente Lula em 2010.


 


O grupo vem ocupando o espaço deixado pelo PT, que se aliou à tendência de centro-direita durante a acirrada disputa pela Presidência da Câmara.E se contrapõe ao projeto petista de absorver partidos “satélites” com afinidade ideológica. “Agora, criamos nosso próprio sistema solar”, disse o ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).


 


“O PT conseguiu unir a esquerda, pelo menos a esquerda não-petista, em um bloco político poderoso”, resumiu à Agência Reuters o deputado Ciro Gomes (PSB-CE).


 


“Essa unidade talvez seja a coisa mais importante nessa brincadeira toda. A idéia é chegarmos juntos nas eleições de 2008 e 2010”, contou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), vice-líder do bloco.


 


“Eles vão ter que pedir licença”, disse ainda outro importante político da frente de esquerda, muito amigo do presidente Lula, antevendo uma mudança nas relações entre o bloco e o PT.


 


Desejo antigo


 


A formação do grupo era um desejo antigo e remonta à eleição presidencial de 1989. Cogitado sempre em períodos eleitorais, acabou conquistando viabilidade após a divisão na base aliada com o lançamento de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para o comando da Casa, em oposição ao comunista Aldo Rebelo (SP), derrotado em segundo turno por uma diferença de apenas 18 votos.


 


O bloco de esquerda conta com a representação de cinco governadores, 68 deputados e oito senadores. Tem nas suas fileiras Ciro Gomes como um possível candidato à Presidência da República após o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Na sociedade civil, controla a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a segunda maior central sindical do país, a Força Sindical.


 


União temporária


 


O bloco de esquerda foi criado originalmente como forma dos partidos assegurarem postos de destaque na mesa diretora da Casa e no comando de comissões permanentes. Os partidos com bancadas maiores reagiram prontamente. Com receio de perder cargos, PMDB, PT e mais seis partidos, incluindo as legendas protagonistas da crise do mensalão, uniram-se no chamada blocão de 273 deputados.


 


A oposição formal fez o mesmo. Apesar do apoio a diferentes candidatos, PSDB e PFL juntaram-se ao PPS e constituíram um terceiro bloco, este com 153 parlamentares.


 


Neste dois casos, a aliança foi conjuntural e deve ser desfeita nos próximos dias. No entanto o bloco de esquerda, apostam seus integrantes, vai permanecer atuando em conjunto não só na Câmara mas nas próximas eleições. O peso simbólico do bloco é grande, dizem parlamentares do grupo, que consideram que sua formação demarcou fronteiras partidárias e empurrou o PT para partidos mais à direita.


 


Com agências