Paraguai: Oposição se une em acordo para enfrentar Colorados

A oposição paraguaia, apoiada por cerca de 30 organizações sociais e sindicais, assinou nesta segunda-feira (5/2) um acordo político para enfrentar unida o governante Partido Colorado nas eleições gerais de 2008.

O convênio defende uma união para resgatar o país de “seu estado de prostração social” e “acabar com o sistema de partido hegemônico que agoniza”, afirma um trecho do documento.



“É um passo fundamental, que coroa uma primeira etapa da Concertação. A união vai se consolidar ainda mais na medida em que reconheçamos a realidade de cada uma das organizações que participam dela”, afirmou o deputado Blas Llano, presidente do Partido Liberal, principal força da oposição.



O documento estabelece as bases da estrutura interna, o plano de governo e a forma de definição de candidatos, e foi apoiado por líderes da oposição representada no Congresso, grupos minoritários, centrais operárias e organizações sociais.



Outra via
No entanto, não foi assinado por uma organização de esquerda recém-criada, o Movimento Popular Tekojoja (“igualdade”, em guarani), que defende a candidatura presidencial do ex-bispo católico Fernando Lugo.



O religioso renunciou ao sacerdócio católico em dezembro, para entrar na política. Mas o Vaticano, ao suspender Lugo “a divinis” na semana passada, abriu um debate jurídico sobre a viabilidade de sua candidatura.



O Tekojoja defende um acordo político e não “uma consulta popular aberta” para escolher o candidato presidencial, segundo uma carta da organização lida no ato desta segunda-feira.


 
Enrique González Quintana, presidente do Partido União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace) e membro do Congresso, esclareceu que a adesão de seu partido deve ser ratificada por uma convenção interna.



O pré-candidato da Unace é o ex-general Lino Oviedo, cujos direitos políticos foram cassados. Ele foi condenado a dez anos de prisão por golpe.



O acordo da Concertação estabelece que o candidato presidencial será o mais votado na consulta, e o segundo colocado será seu companheiro de chapa, disputando a vice-presidência.



Por sua vez, o Partido Colorado, que em janeiro completou seis décadas no poder, pretende modificar a Constituição de 1992, que exclui a reeleição, para que o atual chefe de Estado, Nicanor Duarte, possa ser candidato.