Aquecimento global é culpa de países capitalistas, diz China

Os países ricos são os maiores responsáveis pelo aquecimento global, disse uma funcionária do governo chinês na última terça-feira (6/7), recomendando que reduzam as emissões de gases do efeito estufa e que não aumentem as limitações obrigatórias feitas à

Jiang Yu, porta-voz da chancelaria chinesa, disse que seu país quer contribuir com a redução na emissão de poluentes industriais, agrícolas e de veículos, apontados na semana passada em um relatório da ONU como as principais causas das mudanças climáticas no globo.


 


Mas Jiang disse que a culpa — e a solução — cabe aos países capitalistas. “Deve-se citar que a mudança climática foi causada por emissões históricas de longo prazo dos países desenvolvidos e suas elevadas emissões per capita”, afirmou a porta-voz, cobrando que esses países “assumam a liderança na responsabilidade por cortes nas emissões”.


 


Atualmente, a redução nas emissões de gases do efeito estufa é regulamentada pelo Protocolo de Quioto, que exige cortes de 35 países industrializados até 2012, dos quais não fazem parte China e Índia, de metas específicas. Os Estados Unidos, por meio de ambientalistas ligados ao governo pressionam para que as exigências do tratado sejam ampliadas.


 


Qin Dahe, diretor da Administração Meteorológica da China, disse em outra entrevista coletiva que seu país está comprometido em melhorar a eficiência energética em 20 por cento nos próximos anos, além de reduzir a dependência chinesa em relação ao carvão, uma das principais fontes de gases do efeito estufa.


 


Qin, que foi co-presidente da comissão climática que redigiu o relatório da ONU, disse que os líderes chineses estão preocupados com a possibilidade de o aquecimento global atrapalhar as metas de desenvolvimento.


 


“O governo chinês está levando a mudança climática extremamente a sério. O presidente Hu Jintao já disse que a mudança climática não é só uma questão ambiental, mas também uma questão de desenvolvimento”, afirmou.


 


Questionado sobre possíveis limites nas emissões de poluentes, Qin salientou que a China precisa de apoio para a compra de tecnologia não poluente.


 


“Como um país em desenvolvimento que cresce rapidamente e tem grande população, transformar inteiramente a estrutura energética e usar energia limpa demandaria muito dinheiro”, afirmou Qin.


 


A China caminha para superar a Alemanha e se tornar em 2008 a terceira maior economia mundial, atrás apenas de Estados Unidos e Japão. Mas esse crescimento é alimentado por usinas termelétricas a carvão e por fábricas muito poluentes.


 


Segundo dados citados por Qin, em 2000 a China já era o segundo maior emissor mundial de gases do efeito estufa, atrás dos EUA. Ele afirmou que não há dados mais recentes. “Acho que talvez vocês possam verificar essas coisas em algumas revistas”, aconselhou.