Congresso da UNE em debate para juventude do PT

O artigo intitulado “50° Congresso: é hora de construir uma alternativa para a UNE”, assinado por membros da diretoria da UNE e também da articulação de esquerda – corrente do PT, faz referência às mudanças que acontecerão para eleição de delegados no pró

“Embora devamos combater enfaticamente a idéia despolitizada, difundida por muitos, de que a UJS é a causa de todos os males presentes no movimento, trabalharemos para que o PT se constitua em uma força efetiva na entidade, capaz de contribuir para a superação dos problemas hoje enfrentados pelo movimento estudantil universitário, de modo a que ele possa reassumir seu papel protagonista nas lutas sociais”, diz ainda o artigo.


 


Leia abaixo o artigo.


 


50° Congresso: é hora de construir uma alternativa para a UNE


 


Por Coletivo
O Congresso da UNE deste ano será diferente dos anteriores. A mudança na forma de eleição de delegados, aprovada no 11º CONEB (Conselho Nacional de Entidades de Base), deverá vir acompanhada de significativas modificações na tática de todos os setores organizados na UNE, pois as eleições dos delegados ao CONUNE serão realizadas por universidade, através de chapas. Portanto, terão sucesso aqueles que forem capazes de dialogar massivamente com os estudantes, compreendendo esse processo como uma espécie de “eleição direta”.


 


Consideramos que as discussões e as disputas que se travam durante os congressos das entidades estudantis são momentos privilegiados para a divulgação opiniões e posições políticas para o conjunto dos estudantes universitários. Para isso, é fundamental garantir uma atuação política nacionalizada e uma comunicação eficiente.


 


Nossa atuação no CONUNE será, pois, orientada no sentido de debatermos nossas idéias e nossa política com todos os setores do movimento estudantil universitário. Buscaremos debatê-las também com a ampla base social da UJS (União da Juventude Socialista), força que hoje dirige a entidade, para a qual apresentaremos as nossas críticas e diferenças.


 


Nossa avaliação é de que o movimento estudantil universitário hoje se encontra excessivamente burocratizado, e suas entidades representativas têm encontrado dificuldades para superar certo imobilismo que se abate sobre os estudantes. Sabemos que tal situação é resultado de um conjunto complexo de fenômenos. Mas é preciso assinalar que o fato da UNE ser dirigida, há algum tempo, por uma força que possui uma maioria esmagadora na composição da entidade, contribui para impedir a oxigenação do movimento e a implementação de novas políticas para a juventude universitária.


 


Proporemos, portanto, a construção de uma chapa que se constitua como alternativa à atual direção da UNE, a partir de dois elementos centrais: a política e os métodos de direção, que devem ser capazes de mudar a forma como a UNE vem sendo conduzida, democratizando-a e ampliando sua inserção e legitimidade junto aos estudantes universitários.


 


Tendo como base esses dois elementos – política e métodos de direção –, trabalharemos para reconstruir a unidade petista no movimento estudantil universitário. Consideramos que uma chapa que aglutine as forças petistas no movimento pode representar um verdadeiro pólo alternativo para a disputa da UNE, em condições de efetivamente implementar um projeto que possibilite uma organização mais ampla dos estudantes, com o desenvolvimento de atividades políticas e culturais capazes de colocar em movimento parcelas crescentes dos universitários.


 


Consideramos, também, que a reafirmação do Partido dos Trabalhadores junto ao movimento estudantil universitário é positiva, sobretudo tendo em vista os ataques desferidos contra nosso partido pela direita e por seus representantes nos meios de comunicação.


 


Buscaremos, pois, articular essa proposta nos fóruns da Juventude do PT, na perspectiva de termos uma chapa do Partido que seja capaz de disputar efetivamente a direção da entidade com a UJS/PCdoB.


 


Lembramos que a direção da UNE é composta proporcionalmente. Portanto, a simples existência de uma forte chapa do PT fará com que a diretoria da entidade seja mais representativa da pluralidade existente na base do movimento estudantil universitário.


 


Caso a constituição de uma chapa petista não seja possível, buscaremos aglutinar, para essa disputa, todos os setores de oposição que tenham acordo geral com a política que defendemos para o movimento estudantil universitário. Não faremos, no entanto, alianças com aqueles setores cujo principal objetivo é derrotar o governo Lula.


 


Por fim, embora devamos combater enfaticamente a idéia despolitizada, difundida por muitos, de que a UJS é a causa de todos os males presentes no movimento, trabalharemos para que o PT se constitua em uma força efetiva na entidade, capaz de contribuir para a superação dos problemas hoje enfrentados pelo movimento estudantil universitário, de modo a que ele possa reassumir seu papel protagonista nas lutas sociais.


 


Mauricio Piccin – 1° Vice presidente da UNE e membro do Coletivo Nacional da JPT
Maiara Alves de Oliveira – Diretora de Combate ao Racismo da UNE
Bruno Elias – Diretor de Assistência Estudantil da UNE
Rodrigo César – Diretor de Biomédicas da UNE
Igor de Bearzi – 2° Diretor de Relações Internacionais da UNE
André Grigolo – Diretor de Movimentos Sociais da UNE