Metroviários e entidades protestam um mês depois da cratera

No dia em que o acidente da Linha 4 – Amarela completou um mês (12), o Sindicato dos Metroviários de SP e diversas entidades da sociedade civil realizaram um ato público na estação Sé, centro da capital paulista, em solidariedade às sete vítimas da tragéd

É unânime a opinião de que os verdadeiros responsáveis têm que ser desmascarados e devidamente punidos, mesmo porque, se continuarem impunes, outras tragédias poderão ocorrer, colocando mais vidas em risco, opina o Sindicato.



Exigência de CPI da Linha 4



A reivindicação da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), pela Assembléia Legislativa do Estado de SP (Alesp), para realizar uma auditoria nos contratos das obras e da operação da Linha também foi citada pelos participantes do ato, para que a população e os trabalhadores tenham a segurança que lhes é devida.
Segundo informações do deputado estadual Simão Pedro (PT), já foram colhidas as 32 assinaturas necessárias para que a CPI seja instalada. Agora, os parlamentares entrarão com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a CPI da Linha 4 entre na frente das mais de 70 que estão na fila desde o início do reinado do PSDB no Estado.



O presidente do Sindicato dos Metroviários, Flávio Godoi, destacou que apóia a iniciativa dos parlamentares da Alesp. Mas agregou que continuará reivindicando a participação do corpo técnico da Cia. na obra, como ocorreu quando as demais linhas do Metrô foram construídas.



Luta antiga



Os representantes das entidades civis que participaram do ato destacaram a importância do Sindicato dos Metroviários e da Fenametro na luta contra a privatização da Linha 4-Amarela. As diversas formas de mobilização destas entidades foram valorizadas, enquanto o imobilismo do governo estadual e do Metrô foi duramente criticado.



Desde a gestão de Geraldo Alckmin, que aceitou implantar o modelo de contratação turn key e conceder a operação da Linha 4 para a iniciativa privada, o Sindicato dos Metroviários e a Fenametro se opuseram, já prevendo os prejuízos que a população e os trabalhadores poderiam ter. Mas a Cia. e governo estadual não deram ouvidos. Quiseram desqualificar até a Alesp, que reivindicou explicações sobre os dez primeiros acidentes ocorridos, afirmando que este não era o papel da Assembléia.



Entidades que participaram



Ao final do ato, ficou claro que o Sindicato dos Metroviários de SP e a Fenametro terão amplo apoio das entidades civis nesta luta contra a privatização do Metrô. Conforme as manifestações de seus representantes, os meios utilizados pelo governo estadual e a Cia. não justificam seu fim. Não vale a pena entregar o patrimônio público, representado pela estatal Cia. do Metropolitano, para a iniciativa privada. Fazer obras rápidas e sem qualidade é exatamente o oposto do que a população necessita, frisaram os oradores.



O Metrô que os cidadãos querem é como o que já existe. Seguro, com qualidade e segurança. É o Metrô público e estatal, afirmam os representantes do movimento.



Entre as entidades e parlamentares que participaram do ato estão: a Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro); Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia -SP (SinTPq); Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema); Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil – Zona Leste/SP; Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes (CNTT/CUT); Federação das Associações Comunitárias do Estado de SP (Facesp); deputados estaduais Enio Tatto (PT) e Sebastião Arcanjo (PT).



Com informações do http://www.metroviarios-sp.org.br/