Requião convida ativista comunista para compor o Conselho do Litoral

A coordenadora-geral do Centro de Estudo, Defesa e Educação Ambiental, Laura Jesus de Moura e Costa, será a nova integrante do Colit (Conselho de Desenvolvimento Territorial do Litoral Paranaense). Ela aceitou o convite do governador Roberto Requião no en

O Conselho, instituído pelo decreto 4.605 de 26 de dezembro de 1984, é responsável pelo o assessoramento à administração estadual no desenvolvimento do litoral paranaense. O órgão, integrado por representantes de instituições públicas e membros a sociedade civil organizada, é reponsável pelo cumprimento dos princípios legais do uso e ocupação do solo, prevenção e controle da poluição, gestão dos recursos naturais, proteção de áreas e locais de interesse e proteção especial, entre outros.


 


Laura é fundadora do Cedea, em 19 de novembro de 1988, e secretária geral do Sindi/Seab (Sindicato dos Servidores Públicos da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins). Ela foi convidada especialmente para a reunião desta semana dos secretários de Estado, que discutiu a Lei da Mata Atlântica. A ambientalista tem um histórico de lutas em favor da proteção ambiental com foco para a região do Vale do Ribeira (na divisa do Paraná com São Paulo).


 


Coletivo

“Agradeço ao governador ter dado este espaço. Na verdade estou falando aqui em nome de um coletivo do movimento ambiental do Paraná”, declarou. Laura aproveitou seu pronunciamento para chamar a atenção de Requião e seu secretariado sobre três pontos relacionados a sua área de atuação. “O primeiro que a gente quer destacar são as políticas agroflorestais. Uma coisa é o que está na lei, outra é o que se vê na prática”, alertou.


 


A ambientalista se referia a um fato que vem ocorrendo com certa regularidade no Brasil e de forma alartamente no Vale do Ribeira. “A substituição de mata nativa por pinus. Isto é um absurdo porque não é só destruir a floresta, é você perder toda uma biodiversidade e destruir nascentes”.


 


Laura abordou também a questão da mineração e seus efeitos sobre as cavernas do vale. “A mineração e a agricultura já destruíram 40% das cavernas do Paraná. Nós estamos lançando, e pedimos seu apoio, uma campanha de preservação do que sobrou. Somente 27% está colocada em unidade de conservação”, detalhou.A ambientalista encerrou a intervenção destacando as dificuldades dos profissionais do setor em garantir a fiscalização do meio ambiente. “Nós temos uma estrutura do serviço público, que é para funcionar e fiscalizar. Alguns querem exigir o cumprimento da lei, em seguida vem uma pressão forte querendo relaxar o cumprimento da lei”, alertou. Laura propôs ao governador a criação de um projeto de lei para tornar o Vale do Ribeira patrimônio nacional da humanidade.


 


Sem ingerência – Após o pronunciamento da ambientalista, Requião discordou da influência externa na Secretaria de Meio Ambiente do Paraná. “Nós não aceitamos pressão de espécie alguma. Não influi na nomeação da fiscalização, na determinação de quem é o presidente do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) ou secretário de Meio Ambiente”.


 


Fonte: Agência Estadual de Notícias.