Em reunião de 19 horas, MP forçou Serra a parar Metrô

A decisão do governo José Serra, de paralisar as obras da Linha 4 do Metrô, foi tomada sob forte pressão do Ministério Público (MP) de São Paulo. A pressão, devido ao risco de novos desabamentos e crateras, incluiu quase 19 horas de reunião entre o MP, o

Segundo noticiou o portal iG, o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, será substituído depois do carnaval. David vinha se desgastando desde o acidente na obra da futura Estação Pinheiros da Linha 4 do Metrô,  que resultou na morte de sete pessoas. Mas perdeu as condições para permanecer no posto ao se empenhar pela continuidade das obras mesmo depois de vir a público um laudo técnico apontando novos riscos.



O que diz o Termo de Ajustamento de Conduta



Os participantes da mega-reunião assinaram ao final um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), onde o consórcio formado por grandes empreiteiras privadas se compromete em paralisar as obras nos túneis. Segundo o termo, o Consórcio Via Amarela terá de pagar uma multa de R$ 50 mil por dia caso não cumpra esta definição.



Outra multa, de R$ 70 mil, caso, será cobrada não sejam entregues relatórios semanais feitos pelo IPT sobre o andamento das soldas de segurança na Estação Fradique Coutinho – que segundo laudo tregue corre o risco de um desabamento similar ao da Estação Pinheiros em 12 de janeiro. A Companhia do Metrô, por sua vez, deverá disponibilizar o andamento das obras em seu site, com fotos e imagens em tempo real.



Diante da cratera na Estação Pinheiros, e das informações divulgadas na terça-feira pelo Jornal Nacional da TV Globo, apontando falhas nas soldas da estrutura metálica da futura Estação Fradique Coutinho, foi reconhecido pelo consórcio e pelo Metrô, no acordo, que há necessidade de verificar as condições de segurança para que se possa dar continuidade às obras.



O acordo diz que o consórcio se obriga a paralisar a execução de escavações nas frentes de túneis dos trechos que envolvem as futuras estações Morumbi e Pinheiros. O Termo de Ajustamento de Conduta obriga ainda que Consórcio Via Amarela paralise as atividades, além das já citadas, também nas futuras estações Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis. Segundo o acordo, na Estação Fradique Coutinho está autorizada a continuidade das atividades que se referem ao reforço das soldas para garantir a segurança.



Culpa não é só de Alckmin e Lembo



Para a continuidade da obra, o consórcio deverá apresentar Laudos de Verificação Técnica correspondentes a cada frente de obra em um prazo máximo de 14 dias, a serem elaborados por empresa contratada pelo próprio consórcio e aprovada pelo Metrô. O IPT deverá ser contratado para realizar auditoria de cada um dos laudos apresentados.



O governador José Serra, eleito por uma coligação PSDB-PFL no primeiro turno das eleições passadas, vinha procurando manter distância do episódio da cratera na Linha 4. Contando com a simpatia da mídia dominante, passava a idéia de que o problema ocorreu em seu 12º dia de mandato e portanto a responsabilidade era dos seus antecessores, Geraldo Alckmin e Cláudio Lembo.



O Termo de Ajustamento de Conduta definido na mega-reunião indica uma outra realidade. Os problemas que acarretaram a cratera da Estação Pinheiros de fato vêm das administrações Alckmin e Lembo. Mas o prosseguimento das obras durante 32 dias, com o risco de novos desabamentos e vítimas, foi uma decisão da gestão Serra.



Com informações do iG