Requião reafirma que governo do Paraná é 'de esquerda'

O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), repetiu hoje, em sua mensagem na abertura dos trabalhos na Assembléia Legislativa, que fará um “governo de esquerda”. “Sem medo das posições que assume, radicalizado na opção feita e confiante nas mudança

Requião não apresentou nenhum projeto particular aos deputados, ressaltando apenas que o planejamento “tem como princípio, meio e fim os interesses do nosso povo, dos trabalhadores, da nossa gente mais humilde”. Repetindo os discursos que fez ao longo do primeiro mandato, ele atacou o “mercado”, dizendo não ter compromisso com balanço das corporações ou com as cotações das Bolsas. “Assim, talvez alguns vejam mais razão para que o mercado fique nervoso, inquieto, impaciente com o Governo do Paraná, com as opções feitas pelo Governo do Paraná. Que se agitem, que se irritem, que se abespinhem. Pouco se me dá”, afirmou.


 


Segundo ele, o governo de esquerda que pretende fazer segue a tradição humanista. “Recolhendo do iluminismo, dos enciclopedistas, dos utópicos, dos primeiros socialistas, dos marxistas, das encíclicas papais e dos ensinamentos evangélicos as lições da solidariedade, do amor ao próximo, da fraternidade, da construção de um mundo sem explorados e sem exploradores”, disse. Requião propôs a resistência ao processo de globalização, pois, “existe uma relação direta entre o avanço da globalização e o avanço da pobreza”. “Aqui no Paraná, na medida das possibilidades, sob as limitações que se nos impõem, resistiremos”, garantiu.


 


O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), esteve presente à sessão da Assembléia Legislativa, sentando-se a duas cadeiras do governador. Na terça-feira, Requião havia denunciado um possível desvio de recursos do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), em 2002, quando o irmão do prefeito, José Richa Filho, era diretor do órgão, em benefício da campanha de Beto ao governo do Estado. O prefeito respondeu com uma nota em que negava qualquer irregularidade e chamou o governador de “covarde”. Hoje, eles não trocaram nenhuma palavra. Ao lado do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), o prefeito sentiu-se à vontade e conversou várias vezes com ele, inclusive durante o discurso de Requião.



Fonte: Agência Estado