Ações do Greenpeace “beiram a ilegalidade”, diz presidente da CTNBio

O presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Walter Colli, comentou ao final da reunião da comissão, na noite de quinta-feira (15/2), que as manifestações da organização não-governamental Greenpeace contra a atuação da CTNBio “beir

Colli se referiu ao ato de protesto que os ativistas realizaram na quarta-feira (14/2) no hotel onde os integrantes da comissão se hospedam quando vêm à Brasília para a reunião mensal. Fantasiados de milho, com máscaras de  “cara” humana estilizada como se demonstrasse raiva, os ativistas tomaram café da manhã no restaurante do hotel, enquanto fotógrafos registravam o fato.


 


“Fotografaram inclusive hóspedes, segundo me relataram depois. Eu não estava na ocasião porque as reuniões na área de saúde humana somente aconteceriam à tarde. Mas sei que muitos, inclusive pessoas que não tinham nada a ver com a situação, como outros hóspedes que não eram nem da CTNBio, nem do Greenpeace, se incomodaram com a intimidação”, contou o presidente da CTNBio, que é especialista em saúde, indicado para compor a comissão pelo ministério da Saúde.


 


Depois do café da manhã no hotel, os ativistas do Greenpeace seguiram os integrantes da comissão até a sede da reunião, onde entregaram a eles um relatório sobre acidentes com transgênicos ocorridos em 2006, tais como um evento de contaminação de milho orgânico com material genético de milho transgênico, ocorrido na Espanha.


 


Um desses casos foi relatado pela coordenadora da Campanha de Transgênicos do Greenpeace, Gabriela Vuolo, por ocasião do protesto da entidade no primeiro dia de reunião da CTNBio (14). “A gente tem um caso na Espanha que é muito simbólico, de agricultores orgânicos que foram contaminados por uma plantação de milho transgênico, que perderam todos os seus benefícios financeiros. Eles tinham um certificado de orgânico, vendiam seu produto e perderam todos os benefícios, tiveram um prejuízo financeiro enorme”.


 


Walter Colli interpreta a atitude do Greenpeace como uma tentativa de exercer o domínio sobre decisões técnicas. “Eu me sinto impotente, não tenho estrutura, nem administrativa, e estou numa situação que é maior do que eu. É uma covardia o que estão fazendo”, desabafou o presidente da comissão.


 


Colli relatou que recentemente teve sua caixa de correio eletrônico paralisada depois que recebeu mais de 1,4 mil manifestações contra a aprovação do milho transgênico.


 


Promovida pelo Greenpeace, a manifestação consistia em acessar o endereço www.greenpeace.org.br/transgenicos/ctnbio, no qual o internauta visualizava a foto dos integrantes da comissão. Ao escolher o integrante para o qual podia enviar sua manifestação, o internauta clicava e aparecia a caixa de correio com o endereço do destinatário já preenchido. “É uma atitude ilegal porque atenta contra o direito moral das pessoas”, disse.