EUA e Israel combinam que boicotarão governo de unidade palestina

O primeiro ministro israelense, Ehud Olmert, declarou neste domingo (18) ter combinado com o presidente norte-americano, George W. Bush, não dialogar com um governo palestino de unidade nacional que não aceite as exigências ocidentais no que diz respeito

Condoleezza chegou neste domingo a Ramalá, onde imediatamente teve conversações com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. Nenhum detalhe da conversação foi divulgado e a coletiva de imprensa ao fim do encontro foi suspensa.



Olmert: ''Falei com Bush e posso dizer''



O Hamas, no governo, e a Al Fatá do presidente palestino realizam vivas negociações visando formar um governo de unidade, já acordado. Condoleezza Rice deve se encontrar neste domingo com o primeiro ministro palestino, Ismail Haniyeh.



''Um governo palestino que não aceite as condições do Quarteto [formado pelos EUA, ONU, União Européia e Rússia] não pode ter a pretensão de ser reconhecido e não terá cooperação'', disse o primeiro ministro israelense, referindo-se às condições dos quatro mediadores internacionais: reconhecimento de Israel, renúncia à violência e respeito aos acordos anteriores.



''Eu falei na sexta-feira com o presidente dos Estados Unidos e posso dizer a vocês que as posições israelense e americana são perfeitamente idênticas'', agregou Olmert.



''Pegar ou largar''



Ao chegar em Jerusalém, no sábado, Condoleezza foi mais prudente. ''Nós aguardaremos a formação do governo [palestino] antes de tomar nossa decisão a este respeito'', disse em Washington o porta-voz da Casa Branca, Alex Conant.



A secretária de Estado tem a expectativa de reunir segunda-feira em Jerusalém o presidente Mahmoud Abbas e o primeiro ministro Olmert. Será uma cúpula inédita em seis anos. Porém os israelenses afirmaram que o encontro trilateral versaria mais sobre o acordo de coalizão concluído entre o Hamas e a Al Fatá de Abbas.



''Este acordo é o melhor que pudemos conseguir. Não podemos mudá-lo. É pegar ou largar'', advertiu um dirigente palestino, resumindo o recado de Abbas ao secretário de Estado adjunto dos EUA, David Welch, nas discussões preparatórias ocorridas sábado em Ramalá, na Cisjordânia.



Por ocasião do acordo de Meca, selando a coalizão, o Hamas fez concessões mas não se comprometeu explicitamente a reconhecer Israel ou renunciar à violência.



Fointe: Le Monde