Chile: 17 membros da ditadura serão julgados em Paris

Dezessete membros da ditadura chilena liderada por Augusto Pinochet entre 1973 e 1990 serão julgados em ausência nos tribunais de Paris, no primeiro processo do mundo contra esse regime.


A juíza de instrução Sophie Clement ordenou o processo contra 17 pessoas, a maioria delas militares chilenos próximos a Pinochet, acusados do desaparecimento de quatro cidadãos franceses nos anos da ditadura.



Os trâmites do processo podem acabar apenas em 2008 e será o primeiro contra a ditadura de Pinochet.



Na realidade, os acusados eram 19, mas dois deles que morreram foram retirados do processo: Pinochet e o general Javier Secundo Emilio Palacios Ruhmann, que liderou o ataque contra o palácio de La Moneda, residência presidencial, em setembro de 1973, quando o golpe de Estado foi dado.



Entre os acusados estão o general Manuel Contreras, fundador da polícia secreta do regime, e Paul Schaefer, criador do Colonia Dignidad, um dos centros de detenção clandestinos utilizados pela ditadura para manter integrantes da oposição seqüestrados.



Todos são suspeitos de ter responsabilidade no desaparecimento de 1973 e 1975 de quatro cidadãos franceses: Georges Klein, conselheiro do presidente Salvador Allende, morto no golpe; o sacerdote Etienne Pesle; Alphonse Chanfreau e Jean-Yves Claudet-Fernandez, dois membros do movimento da esquerda revolucionária (MIR).