Com novo chanceler, Uribe tenta desviar atenção de escândalo

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, apresentou nesta terça-feira (20/2) aos colombianos seu novo ministro das Relações Exteriores, Fernando Araújo Perdomo. Uribe tenta, jogando os holofotes sobre Perdomo, desviar a atenção interna e externa do escânda

A própria mudança no Ministério das Relações Exteriores foi conseqüência do “Paragate”: a chanceler anterior, María Consuelo Araújo, renunciou porque seu irmão, senador, foi preso por envolvimento no escândalo.



“Parece-me de grande importância que o mundo veja, conheça a tragédia nacional (…) em todas as suas dimensões”, disse Uribe, justificando a escolha de Perdomo para a Chancelaria.



As palavras do presidente colombiano vêm a propósito de seu novo chanceler ser uma figura emblemática: Fernando Perdomo, que é engenheiro civil de formação, foi seqüestrado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em poder das quais esteve por seis anos.



Perdomo conseguiu escapar dos guerrilheiros em janeiro deste ano e ficou cinco dias no mato, antes de encontrar uma patrulha do Exército, que o amparou.



Isolamento
Apesar de Perdomo ter sido ministro do Desenvolvimento no governo de Andrés Pastrana (1998-2002), a imprensa colombiana se pergunta se o fato de ele ter ficado seis anos isolado do mundo não prejudicará sua atuação como chanceler.



Com a nomeação de Perdomo, além de desviar o foco da opinião pública do escândalo dos paramilitares, Uribe põe de novo na agenda a relação do governo com as Farc  – Bogotá tem optado por negociar com as Farc, que tem cerca de 60 reféns em seu poder, em vez de tentar uma solução militar.