Explosão em forno mata trabalhador na Gerdau

Um trabalhador morreu e outro ficou ferido em acidente ocorrido na empresa Gerdau (BR 324, km 16,5, Simões Filho), às 18:20 horas do dia 21. O corpo de Gilberto Toledo Pires de Almeida, 27 anos, só foi encontrado na madrugada de hoje.

Ele participava da troca do miolo de um dos fornos da empresa e caiu dentro do equipamento após a explosão causada aparentemente pelo contato entre aço líquido (temperatura superior a 1.300 graus celsius) e água. Avaliações preliminares apontam como a principal causa do acidente o descumprimento, por parte da Gerdau, de normas técnicas específicas para o caso.
 


O acidente infelizmente não é um fato isolado, como tem sido denunciado constantemente pela Federação dos Metalúrgicos. A falta de preocupação das empresas baianas com a segurança dos seus trabalhadores tem causado várias vítimas nas últimas semanas, muitas fatais.
 


 


Cesat investiga acidente na Gerdau
 
 


O engenheiro químico José Fernando do Santos, do Cesat (Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador), órgão da Secretaria de Saúde, do governo do estado, visitará dia 23, a partir das 9 horas, o local onde ocorreu a explosão de um forno que na noite do dia 21 matou o mecânico Gilberto Toledo Pires de Almeida, de 27 anos. A empresa fica no km 16,5 da BR – 324, em Simões Filho.
 


O Cesat é uma das instituições de referência na investigação sobre ambiente de trabalho e segurança do trabalhador. Em 2005, quando aconteceu acidente semelhante na Gerdau, com a morte de um operário, o órgão promoveu investigação que resultou no relatório nº 14/2005. O documento revela a tentativa da empresa de “culpabilizar” seus funcionários pelos acidentes para, dessa forma, deixar de adotar medidas preventivas de segurança.
 


Um dos profissionais que assinam o relatório é justamente o engenheiro José Fernando dos Santos, conforme fac-símile que segue em anexo. O trecho específico é: “Ressalta-se que a ênfase nos denominados ‘atos inseguros’ com culpabilização dos empregados, certamente tem servido para introjetar nos acidentados a conscientização da culpa pelo seu acidente. Porém, é importante salientar que o paradigma de culpabilizar o empregado, além de ultrapassado, acaba encobrindo os fatores causais dos acidentes, redundando como conseqüência que medidas eficazes de prevenção de novos casos deixem de ser propostas e adotadas”.


 


Para mais informações:
Natan Santos,
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Simões Filho
(71) 8133 2595


 


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Fonte: Federação dos Metalúrgicos da Bahia