Meta para adição de biodiesel deve ser antecipada em 3 anos

O Brasil deve antecipar para 2010 a meta de 5% de acréscimo de biodiesel ao diesel comum estabelecida para 2013. A previsão é do coordenador do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, Arnoldo de Campos. O programa foi lançado em 2005. Hoje, e

Outras 13 usinas estão em fase final de construção, já com pedidos de autorização de funcionamento junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Quando as 24 usinas estiverem operando, o que deve ocorrer ainda no primeiro semestre, serão 1,3 bilhão de litros de biodiesel disponíveis no mercado de combustíveis.



“Isso é quase o dobro do que é necessário para cumprir os 2% de biodiesel a ser adicionado ao diesel, previstos para janeiro de 2008. Ou seja, um ano antes, nós estamos conseguindo uma capacidade mais que suficiente para atender a meta estabelecida. E como a produção está num ritmo crescente, isso nos coloca num horizonte de antecipar a meta de 5% que deveria ser alcançada em 2013 para 2010”, calcula Arnaldo de Campos.



Importações
Além de produzir um combustível menos poluente, o programa de biodiesel deverá permitir também que o Brasil deixe de importar diesel derivado de petróleo. Hoje, o consumo de diesel no Brasil é de cerca de 40 bilhões de litros e, 5% disso, ou seja, 2 bilhões de litros, são importados.



“Hoje, estamos perto da metade do que importamos que já pode ser substituída pelo biodiesel e, em breve, quando chegarmos aos 5% de biodiesel na composição do diesel, vamos substituir 100% da importação de diesel”, diz Campos.



Até o fim do ano, quando o programa de biodiesel estiver com 24 usinas em operação e com mais um leilão para compra do produto realizado, ele estima que 60% da produção do biocombustível seja proveniente da soja e, 20%, da mamona.



Os 20% restantes terão como matéria-prima oleaginosas como a palma, o dendê, o amendoim, a canola, o girassol, o algodão e ainda o sebo bovino. “A mamona e o girassol vão entrar com maior força a partir do segundo semestre, quando vamos a colher a segunda grande safra de mamona e a primeira de girassol que está sendo plantada neste início de ano.”



Soja
Para o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), empresa que presta consultoria em economia da indústria energética, a soja é a melhor oleaginosa para compor o biodiesel. Ele acredita que outras culturas tendem a ter uma participação marginal na produção do biocombustível.



“A principal matéria-prima tem que ser plantada em grande escala, o resto vai ser sempre uma contribuição marginal. Agora, diferente do programa do álcool, que só aceita a produção a partir da cana-de-açúcar, a planta do biodiesel é flex, ou seja, aceita outras fontes e sempre vai ter um pouco delas”, analisa Pires.