Chávez decreta nacionalização de petrolíferas do Rio Orinoco

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assinou um decreto nesta segunda-feira (26/2) ordenando a nacionalização dos projetos de petróleo administrados por empresas estrangeiras na região do Rio Orinoco, onde está localizada a principal reserva petroleira

Chávez já havia anunciado a intenção do governo venezuelano de garantir o controle acionário de quatro projetos – administrados pelas empresas British Petroleum (BP), Exxon Mobil, Chevron, Conoco Philips, Total e Statoil – até 1º de maio. Os quatro projetos dos quais participam essas companhias produzem 600 mil barris de petróleo cru por dia.



Pelo novo decreto, essas empresas estrangeiras deverão se associar à estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), que terá uma fatia de pelo menos 60% nos projetos.



''A privatização do petróleo na Venezuela chegou ao fim. Era o último espaço que nos faltava recuperar. Esta é a verdadeira nacionalização do petróleo. O petróleo é dos venezuelanos'', disse Chávez em seu programa de rádio.



A lei deve ser publicada em breve no diário oficial. A partir da publicação, as empresas terão quatro meses para negociar com a PDVSA os termos e condições para a sua participação nas novas empresas mistas que serão formadas.



''Serão concedidos dois meses adicionais (depois dos acordos) para submeter esses termos e condições acordados à Assembléia Nacional para solicitar a autorização correspondente'', disse Chávez.



Parceria
O presidente venezuelano não detalhou como o governo pretende pagar pelo aumento de sua participação nos projetos, nos quais as companhias investiram cerca de US$ 17 bilhões (pouco mais de R$ 35 bilhões), segundo a agência de notícias AP.



Chávez afirmou que o governo não quer que as empresas deixem a Venezuela. ''Queremos que sigam sendo sócias da PDVSA, que será a dona'', completou.