Presidente Lula: reforma ministerial será pequena

No seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, nesta segunda-feira (26), o presidente Lula, afirmou que não haverá muitas mudanças nos ministérios porque a maioria dos partidos já está contemplada dentro do governo. “Ou seja, você pode trocar

Lula reafirmou o que vem dizendo desde que ganhou as eleições, quando as pessoas começaram a especular sobre a reforma no ministério, que “o time tinha ganho o jogo e não havia necessidade de mudar”. E acrescentou: “logicamente que nós estamos fazendo uma composição política no Congresso Nacional, com as mesmas forças das quais recebemos apoio no mandato passado. A grande novidade é o PDT fazendo parte da base do governo e, no momento certo, nós vamos escolher alguns ministros”.
 


O presidente admitiu que precisa concluir a articulação com o PMDB. “Eu tenho trabalhado com muita insistência para uma unificação do PMDB como um todo na bancada federal no Senado. Todo mundo sabe da importância do PMDB para consolidar a nossa base de aliança”, explicou.


 


Em relação aos comentários de que estaria esperando a convenção do PMDB para definir o novo ministério, Lula respondeu: “Eu não tenho compromisso de fazer depois da convenção ou antes da convenção. Esse não é o problema. O problema é que os partidos estão num processo de alinhamento. Eu vejo todo dia pela imprensa, eu converso com as lideranças todos os dias. Eu vejo: tal partido tinha 40, passou para 46, tal partido tinha 50, caiu para 48, tal partido tinha 65, caiu para 60”.


 
O presidente da República entende que não terminou esse movimento dentro dos partidos políticos e ele avalia que, após essas mudanças se completarem, terá mais tranqüilidade para definir a montagem do governo.


Lula afirmou ainda que as mudanças nos Ministérios, dependem de conversa com os atuais ministros e explicou: “Até agora, todos continuam. Se você me perguntar isso daqui a dez dias, eu não sei se todos continuam, mas até agora todos continuam”, acrescentando que “a máquina está funcionando bem, ela precisa funcionar melhor, e para isso estamos fazendo os programas de ajustes e, no momento certo, eu indicarei o ministério”.



Para o presidente Lula, que embarcou, nesta segunda-feira para Montevidéu, onde manterá audiência com o presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez, “o que é importante para nós, nesse momento, é o povo brasileiro ter a certeza de que nós estamos preparando a máquina para funcionar melhor do que funcionou no primeiro mandato. Para as coisas serem mais ágeis e para a gente poder ter maior rendimento”.



Pressão do PT



Nos bastidores, Lula sofre a pressão do PT, que quer emplacar a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, no Ministério das Cidades. O assunto será discutido na reunião da Executiva do partido, nesta segunda-feira, em Brasília. Marta ocuparia o cargo de Márcio Fortes, o representante do PP no ministério.



Enquanto não sai a definição dos nomes, as especulações continuam. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Furlan, já manifestou interesse em sair. Na impossibilidade de mantê-lo no governo, Lula pode convidar o empresário Jorge Gerdau para o cargo. “Ele agregaria valor ao ministério”, disse um assessor do Palácio do Planalto, lembrando que nomes como o de Furlan e do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, foram importantes para a configuração do governo no primeiro mandato.
 


Opção técnica
 


O fato é que, se fosse possível, Lula não faria mudanças no ministério. Ele considera que a característica técnica dos atuais ministros facilita a ação de governo. “Eles são ministros que não têm agenda própria. Por isso, trabalham para o governo e não em função de seus projetos pessoais”, comentou um assessor. Ou seja, são ministros que não têm interesse político, que não estão com prazo de validade no cargo. Critério no qual a ex-prefeita Marta Suplicy não se enquadra, segundo fontes do Planalto.



A avaliação é de que ela utilizará o ministério como trampolim para se lançar à disputa da prefeitura de São Paulo, nas próximas eleições municipais, atendendo, inclusive, a uma necessidade do partido.



Com agências