China estabelece meta de crescimento do PIB para 8%

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse nesta segunda-feira (5/3) que a China adotará uma meta de crescimento de 8% em 2007 – reduzindo o ritmo de crescimento de dois dígitos que o país tem registrado nos últimos anos.

Ao abrir nesta segunda-feira a reunião anual dos deputados da Assembléia Nacional popular, o parlamento do país, o premiê disse que o país precisa gerar desenvolvimento sustentável e ecologicamente correto.


 


“O padrão de crescimento (chinês) é ineficiente. Isto pode ser visto claramente no consumo excessivo de energia e nos sérios níveis de poluição”, ele declarou, para os 3 mil delegados reunidos em Pequim. “Temos de parar de perseguir apenas o crescimento rápido, ou competir pelo crescimento rápido.”


 


Segundo o primeiro-ministro, a China deve “dar mais atenção à economia de energia e ao uso intensivo da terra”. No ano passado, a China não atingiu a meta de poupar o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) em energia, o que significaria reduzir o consumo de energia per capita em 20%.


 


Para alcançar o mesmo objetivo este ano, disse Wen, o governo procurará desacelerar o crescimento para 8%, mantendo a meta de inflação abaixo de 3%. A meta para o déficit do governo ficou em 245 bilhões de yuans, cerca de US$ 31,6 bilhões ou R$ 67,4 bilhões.


 


No setor externo, Wen disse que o país permitirá a valorização da moeda local, o yuan, o que encareceria as mercadorias chinesas e poderia levar a uma redução do superávit comercial, que no ano passado chegou a US$ 177 bilhões (R$ 377,5 bilhões).


 


Além disso, o primeiro-ministro anunciou que o governo buscará regular o risco no mercado de capitais e frear o aquecimento e especulação do mercado imobiliário.


 


Os delegados devem aprovar uma lei que unificaria em 25% o imposto sobre o faturamento pago por empresas estrangeiras e nacionais.  Hoje, as companhias domésticas pagam cerca de 33% de imposto, contra apenas 15% pagos em média por firmas estrangeiras que gozam de benefícios e isenções.


 


O porta-voz do governo, Jiang Enzhu, disse em entrevista coletiva depois do discurso de Wen que “o projeto de lei não terá grande influência nas empresas estrangeiras nem afetará o entusiasmo para investimentos na China”.