Evo envia recado a Bush: “Queremos parceiros, não patrões”

O presidente da Bolívia, Evo Morales, aposta em um diálogo ''aberto e sincero'' com os Estados Unidos, e espera que a viagem à América Latina do presidente norte-americano, George W. Bush, não seja para ''amedrontar ou assustar ninguém''.

Em entrevista a agências internacionais no segundo dia de sua visita oficial ao Japão, Evo afirmou nesta terça-feira (6/3) que seu governo quer ''se entender com os empresários'', apesar das reservas geradas após seus planos de privatização.



''Queremos nos entender com os empresários, o Estado e os investidores, mas meu Governo quer parceiros, não patrões. Garantimos também que a nacionalização não expropriará ninguém'', afirmou o presidente boliviano.



Evo acredita que o direito de o investidor ganhar é compatível com a intenção de seu governo de exercer o direito à propriedade sobre recursos naturais, como os hidrocarbonetos e o fornecimento de água potável.



Para o presidente boliviano, a chave está em compatibilizar o ''forte sentimento nacionalista, de dignidade e soberania'' da Bolívia com um diálogo que explique ao mundo investidor e aos governos que desconfiarem quais são os planos legítimos de seu Executivo.



Pedido japonês
Evo reuniu-se hoje (6) com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, cujo país pediu esta semana à Bolívia que continue mantendo uma boa relação com os EUA e melhore as condições de investimento.



O presidente boliviano chegou ao Japão dias antes do início da viagem de Bush ao Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México, marcada para a próxima quinta-feira.



''A visita é um direito de qualquer presidente. Esperamos que ela seja com fins comerciais, e não políticos, ou de bloquear, amedrontar e assustar ninguém'', disse o líder boliviano.



Enquanto Bush estiver visitando a América Latina, Evo continuará em Tóquio expondo seus planos econômicos a empresários e autoridades, a fim de eliminar possíveis dúvidas sobre a viabilidade de investimentos no país.