Presidente do Timor Leste toma controle de forças armadas
O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, usou nesta terça-feira (6/3), de poderes emergênciais para assumir o controle das Forças Armadas, que usarão “todos os meios necessários, inclusive a força” para deter o militar rebelde Alfredo Reinado.
Publicado 06/03/2007 11:31
Gusmão fez o anúncio na noite de segunda-feira (5/3), depois de alguns seguidores de Reinado se manifestarem diante da Embaixada da Austrália em Dili, exigindo a retirada dos soldados australianos do Timor Leste. Trinta deles atacaram com paus, facões e pedras um café da capital.
A violência foi contida pela Polícia das Nações Unidas, que deteve três jovens, segundo o comandante do distrito, Antonio Leitão. Assim, o presidente voltou a assumir os poderes de emergência a que já havia recorrido no ano passado para conter a onda de violência de abril e maio.
O primeiro-ministro, José Ramos Horta, disse aos manifestantes que uma retirada das forças australianas era um “sonho inútil”. Ele ressaltou que estava disposto ao diálogo e a pedir a Gusmão que retirasse a ordem de detenção se Reinado se entregasse.
O Timor Leste tem recursos naturais valiosos e potencial para ser um rico país. De acordo com relatórios de seu próprio governo, o país já recebe mensalmente US$ 100 milhões a partir de gás e petróleo retirados da plataforma Aurora Grandiosa.
Nos próximos 20 anos, o Timor leste, com uma população menor que um milhão de pessoas, espera receber cerca de US$ 10 bilhões. Dados que José Ramos Horta, o primeiro-ministro do país, revelam ser uma “estimativa conservadora”.
No entanto, são poucos no país que obtêm benefícios da exploração de seus recursos naturais.