Lula desafia governo dos EUA a “destravar” comércio bilateral

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos EUA, George W. Bush, assumiram nesta sexta-feira o compromisso público de destravar, bilateralmente, parte das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula propôs ao c

Os dois presidentes, contudo, esquivarem-se de estabelecer um cronograma para o destravamento das negociações. Lula preferiu insistir que as negociações e o acerto poderão influenciar outras nações a seguirem pelo mesmo caminho. “Fazer acordos entre nações não é algo simples por conta dos problemas econômicos, políticos e sociais envolvidos e que podem tornar acordos extraordinários ou desastrosos”, declarou Lula. “Penso que estamos andando com muita solidez para acharmos o ´ponto G´ de um acordo”, acrescentou Lula provocando risos na platéia de jornalistas e no próprio presidente norte-americano.


 


Defesa da integração sul-americana


 


O presidente fez uma defesa indiretas ao governo venezuelano, do presidente Hugo Chávez, fortemente criticado por Bush. Lula fez questão de lembrar que “as ditaduras são recordações do passado na América Latina” e que todos os chefes de Estados foram eleitos democraticamente.


 


Ele reiterou que está trabalhando para a integração entre seus vizinhos. “Integração entre nações independentes. Nós respeitamos as opções políticas e econômicas de cada país”, firmou. O governo federal já havia deixado claro que a aproximação dos Estados Unidos não significará distanciamento da Venezuela.


 


“Todos estamos empenhados em um projeto de integração sul-americana. Integração é o melhor caminho para o fortalecimento para a democracia. Integração promove o desenvolvimento”, completou. “A democracia política profere quando se erradica a pobreza”, explicou.


 


Lula disse que é preciso garantir que a democracia seja a razão pela qual os benefícios da riqueza “justifiquem plenamente a conquista sofrida da democracia em nosso continente”. Para ele, o acordo do comércio de etanol entre os dois países pode funcionar como um processo de democratização energética.


 


O presidente também afirmou que o “Brasil tem consciência do significado da integração da América do Sul, assim como uma aproximação à África e aos Estados Unidos”. Lula disse ainda que a visita do presidente Bush abre “a consciência do povo norte-americano e do povo brasileiro” a uma perspectiva de que “não estamos longe de construir um novo padrão de relacionamento entre as Nações”.


 


Com informações da Reuters