Ensino Superior: Altos lucros e desrespeito no trato com os professores

Em mais uma demonstração de desrespeito com a categoria dos professores da rede privada de Ensino Superior, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) cancelou, pela terceira vez, a agenda

A justificativa de tantos adiamentos veio pelos jornais: o presidente da Comissão de Tratativas Salariais do Semesp, Antônio Carbonari Netto, está muito ocupado  cuidando de suas finanças.


 


O diretor-presidente da Anhangüera Educacional, grupo com 19 instituições privadas de ensino superior no Estado de São Paulo, estreou nesta segunda-feira, dia 12, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Primeira instituição de ensino a abrir capital no Brasil, a Anhanguera Educacional teve em menos de uma hora 18,5% de valorização de suas ações, 28% delas negociadas no mercado.


 


Enquanto os professores do Ensino Superior com data base em 1º de março, não conseguem que as negociações com o Sindicato Patronal avancem para além de cláusulas sociais, o setor privado de ensino superior comemora altos lucros. A Anhanguera Educacional, de Antônio Carbonari Neto, representante do Semesp na discussão sobre salários, registrou em 2006 um crescimento na sua receita bruta operacional de 45,4%, passando de R$ 102,3 milhões em 2005 para R$ 148,7 milhões no ano passado.


 


Somente neste ano, o grupo, controlado pelo Banco Pátria, anunciou a aquisição da Yanchep Participações, controladora da Unibero na cidade de São Paulo, e também da Faculdade Fênix, que atua no ensino superior em Bauru. Somente nestas aquisições foram investidos cerca de R$ 30 milhões.


 


Qualidade


 


Para o presidente do Sinpro Campinas, Cláudio Jorge, a postura do Semesp tem sido de afronta aos direitos dos professores. “A Unip vem reduzindo o número de horas de aulas presenciais. O Semesp tem falado em não limitação do número de alunos por sala de aula e a Unimep fala em redução salarial de 25% para seus professores. Nós não podemos continuar calados diante dessa postura de financistas dos donos de faculdades e sem qualquer compromisso com a qualidade de ensino de suas instituições”, defendeu Cláudio Jorge.


 


Uma nova rodada de negociações com o Semesp foi marcada para o dia 17 de março, quando a Federação dos professores do Estado de São Paulo (Fepesp) ao lado dos Sindicatos dos Professores, deverá levar para a mesa de negociação os altos lucros das instituições.


 


Valéria Salek, pela assessoria de imprensa do Sindicato dos Professores de Campinas e Região