Equador nega caos bancário em meio à crise política no país

O governo do Equador reiterou nesta quinta-feira (15/3) que não existe falta de liquidez no sistema financeiro que possa vir a causar a suspensão das atividades bancárias no país, qualificando como rumores as versões nesse sentido divulgadas pela oposição

“A economia vai bem, não há motivos para alarme”, declarou o ministro da Economia, Ricardo Patiño, ao confirmar o anúncio de que não haverá o feriado bancário mencionado pelo próprio presidente, o socialista Rafael Correa, na noite de quarta-feira.



“Existem atividades econômicas que nada têm a ver com o problema político e menos ainda com esses rumores”, disse Patiño, destacando o crescimento registrado pela economia na administração de Correa, que nesta quinta completa dois meses no poder.



O superintendente de Bancos, Alfredo Vergara, declarou por sua vez que a área apresenta liquidez e solvência, descartando a possibilidade de uma crise financeira como a de 1999, que causou prejuízos de 5 bilhões de dólares.



“Há quase três vezes mais liquidez do que o necessário”, explicou o superintendente, que está no México participando de uma reunião latino-americana de autoridades de controle bancário.



Ação e reação
Vergara acrescentou que a Constituição contempla sanções para evitar o feriado bancário e o congelamento dos depósitos, como fizera ex-presidente Jamil Mahuad, que ocupou o cargo de agosto de 1998 a janeiro de 2000.



“Qualquer um que declare feriado ou congelamento deve ser preso automaticamente”, concluiu. Ele acredita que os boatos sobre a suspensão das atividades bancárias para evitar a fuga de depósitos “vêm da oposição política ao Equador – não ao governo – de grupos de poder que acham que estão perdendo o controle do país.



Segundo o governo, os rumores circulam através de mensagens de texto de celulares e e-mails anônimos. Correa declarou que “não há, não haverá e jamais se permitirá que haja outro feriado bancário como o de 1999”. O presidente atribuiu as versões ao grupo de 57 legisladores de oposição destituídos em 7 de março pela Corte eleitoral, que os acusou de “obstruir” o plano de implantação de uma Assembléia Constituinte pelo governo.



“Esses deputados irresponsáveis e anti-pátria tentam semear o caos e a anarquia”, completou Correa, enfatizando que, como já havia dito várias vezes, “o setor bancário é precisamente o mais próspero”.



Rafael Correa destacou as cifras recordes obtidas pelos bancos (superando em mais de US$ 200 milhões os últimos registros), mostrando-se favorável a que sejam revisadas as margens de lucro e as taxas de serviço das entidades financeiras.