Com apoio brasileiro, Cuba pretende exportar etanol

Cuba pretende quintuplicar até 2011 a sua produção de álcool a partir da cana e se tornar um exportador, com ajuda técnica brasileira e investimentos internacionais. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (15/3) pelo Instituto Cubano da Indústria d

A ilha tem grande tradição na produção de cana e álcool, mas o setor caiu em declínio devido à falta de investimentos, especialmente depois dos danos provocados por furacões nos últimos anos.



“O interesse em investimentos levou o governo cubano a preparar um plano para modernizar o setor de etanol até 2011”, disse Marianela Cordovés Herrera, pesquisadora do ICIDCA, durante a conferência internacional F.O.Licht's Sugar and Ethanol Brazil, em São Paulo.



Ela disse que o programa vai modernizar a produção em dez usinas existentes em Cuba, além de prever a construção de oito novas usinas com base no sistema flexível brasileiro, que pode priorizar a produção de açúcar ou álcool.



Cuba produz atualmente 100 milhões de litros anuais de etanol, dos quais apenas 55% são adequados ao uso em veículos. O objetivo do programa de expansão é elevar a produção a 450 milhões de litros, grande parte dos quais seriam misturados à gasolina.



A maioria das usinas cubanas usa o bagaço da cana para produzir álcool, enquanto as novas serão à base da garapa, o método usado no Brasil, que é mais lucrativo.



Cordovés não explicou quais serão os investidores estrangeiros nem a participação do governo no empreendimento, mas disse que o programa dependerá fortemente do apoio técnico e da tecnologia do Brasil em áreas como logística e estratégias administrativas.



O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de açúcar e tem um dos principais programas mundiais para o uso do álcool combustível. “A indústria de cana de açúcar de Cuba deve se tornar uma exportadora de etanol com o aumento planejado da produção”, disse Herrera.