Liége Rocha discute teses da Conferência da Mulher em Brasília

Os principais aspectos da luta emancipacionista da mulher no âmbito do socialismo, colocados como uma preocupação que deve envolver todo o Partido – homens e mulheres -foram abordados em palestra de Liége Rocha, membro do PCdoB e da União Brasileira de

O debate faz parte dos preparativos da 1ª Conferência Nacional sobre a Questão da Mulher que o PCdoB realiza nos dias 29, 30 e 31 de março, em Luiziânia, Goiás. Para discutir as teses que serão apresentadas e votadas no evento, o PCdoB no DF, a exemplo do que corre nos demais estados da federação, está realizando reuniões de discussão dos temas centrais.


 


O evento será aberto às 16 horas do dia 29, no auditório nereu ramos, na Câmara os Deputados. A data coincide com o ato comemorativo dos 85 anos do Partido, que acontecerá no dia anterior – 28 de março – no auditório Petrônio Portela do Senado Federal.


 


“Avaliamos que aproximar as datas e os locais seria uma maneira de unir a militância em torno de dois eventos de suma importância para o partido”, disse Liége Rocha, também uma das organizadoras da conferência.


 


Debate abrangente


 


Para Liége, tornar o debate abrangente é um dos principais elementos para fazer da conferência um acontecimento que ultrapasse as linhas comunistas e contribua para melhorar a vida das brasileiras.


 


Liége falou sobre os três desafios que são colocados no documento-texto da Conferência, em que se destaca a apropriação da questão da mulher por comunistas de ambos os sexos. Ela enfatizou, baseada no pensamento marxista-leninista, que a origem da opressão da mulher está na propriedade privada e no casamento monogâmico e que a emancipação das mulheres é uma luta mais geral – dos trabalhadores e trabalhadoras.


 


“A discriminação da mulher é também uma questão sexista, por que atinge mulheres de todas as camadas sociais”, explica Liége, destacando que a luta pela emancipação deve considerar todos os aspectos – para não cometer erro de separar a luta em frentes de batalha nas áreas do trabalho e sexo.


 


“O específico tem a ver com o geral, portanto assuntos como planejamento familiar, morte materna têm a ver com a política macroeconômica”, explica Liége,


 


Segundo ela, a Conferência vai discutir questão importantes como a emancipação das mulheres na lei e na vida, discutindo “o que representa a conquista de direitos para as mulheres”. Também destacou o debate que deve ocorrer sobre as relações familiares, que historicamente estão divididas em atribuições de produção para os homens e de reprodução para as mulheres.


 


Ela destaca a importância da luta por equipamentos sociais, como lavanderias públicas e creches, para aliviar a carga de trabalho das mulheres que, ao conquistar espaço no mercado de trabalho, acumularam dupla jornada de trabalho. No entanto, destaca que existem aspectos culturais dentro da sociedade e da família que não podem ser estatizadas.


 



Ela faz uma avaliação positiva dos preparativos do evento. “Sinto que as companheiras se orgulham do evento e trabalham pelo seu êxito. Acho que um dos pontos mais importantes desse processo é que houve um deslocamento da idéia da conferência. Antes, via-se o evento como algo da UBM e agora, a questão da mulher está realmente sendo incorporada pelo coletivo e passando a ser uma questão do partido. Espero que, com a conferência, alcancemos um novo momento para o PCdoB e para as mulheres brasileiras”.


 


De Brasília
Márcia Xavier