Nação Hip Hop Brasil realiza 1º Encontro de Organização

Por Carla Santos
Inicia nesta sexta-feira (16) o 1º Encontro de Organização da Nação Hip Hop Brasil, entidade político cultural do movimento hip hop. O presidente da Nação, Aliado G, também do grupo de hap Face da Morte, conduzirá o encontro que deve d

Segundo Aliado G, o encontro nasceu da necessidade de se ter mais organização na entidade. “As demandas são muitas e a gente percebe que desde o lançamento da Nação, em 2005, ainda se atua muito mais individualmente do que coletivamente. Se a gente fosse comparar com um time de futebol é como se a gente tivesse excelentes jogadores, mas que fazem mais jogadas individuais, driblando as dificuldades, do que jogadas coletivas, com mais passe de bola”, declarou Aliado.

 

Além de um presidente, a entidade não tem definidas outras funções entre seus diretores. “Muitas vezes ficamos sobrecarregados, é preciso dividir melhor as responsabilidades. Se trabalharmos mais conjuntamente a funcionabilidade da Nação será maior e melhor”, argumentou o rapper.

 

Nação Hip Hop Brasil: uma boa idéia que se tornou realidade

 

Desde o seu lançamento na cidade de São Paulo, em 2005, a Nação vem fazendo muito barulho no movimento hip hop. Para Aliado G, “A Nação de 2005 era uma idéia, hoje ela é uma realidade. Essa idéia tinha dois versos: somar Brasil mais hip hop, mas não qualquer hip hop. O nosso movimento é cultura mais política”.

 

Figuras de peso participaram da atividade naquele 22 de janeiro. Zezé, Lamartine (MHHOB), Rappin Hood, Matilde Ribeiro (Ministra da Igualdade), Orlando Silva (Secretário do Ministério do Esporte), Ângelo Perugini (prefeito de Hortolândia) e o ex-deputado federal Jamil Murad (PCdoB) estavam entre elas.

 

Enquanto que o lançamento teve um caráter mais de formação, “lançar a semente”, o primeiro encontro tem um caráter de organização. “Hoje a entidade participa do Conselho Nacional de Juventude do Governo Federal, já lançou um CD, apresenta e gesta projetos nas esferas governamentais, tem relação com as comunidades do Brasil e de fora do Brasil e até é notícia do New York Times (NYT)”, diz o presidente da entidade. “Tanto na esfera pública como na esfera do movimento a idéia se concretizou, agora é preciso ajustar melhor o nosso trabalho a um conjunto que é a entidade”, disse.

 

Segundo Aliado G, o encontro nasceu da necessidade de se ter mais organização na entidade. “As demandas são muitas e a gente percebe que desde o lançamento da Nação, em 2005, ainda se atua muito mais individualmente do que coletivamente. Se a gente fosse comparar com um time de futebol é como se a gente tivesse excelentes jogadores, mas que fazem mais jogadas individuais, driblando as dificuldades, do que jogadas coletivas, com mais passe de bola”, declarou Aliado.

 

Além de um presidente, a entidade não tem definidas outras funções entre seus diretores. “Muitas vezes ficamos sobrecarregados, é preciso dividir melhor as responsabilidades. Se trabalharmos mais conjuntamente a funcionabilidade da Nação será maior e melhor”, argumentou o rapper.

 

Atividade marcará dez anos do Encontro da Juventude Negra e Favelada

 

Em 1.997 acontecia, exatamente no Alto do Vera Cruz, o 1º Encontro da Juventude Negra e Favelada que reuniu centenas de jovens para discutir problemas ligados a juventude negra e das comunidades de todo país. Para Aliado G, o 1º Encontro de Organização da Nação Hip Hop Brasil tem relação com o que aconteceu em 97.

 

“Vejo como uma evolução natural de 97 para cá essa atividade da entidade de organização. Ali, em 97, estava um embrião da Nação. E é claro que não só ali, porque o hip hop não é o único meio de expressão da juventude negra que mora nas comunidades. Ele é mais um braço do mosaico de expressões culturais e artísticas que habitam o cenário. Agora, a situação da juventude negra e favelada não mudou muito de dez anos para cá. A diferença que vejo é mais no sentido de uma evolução, já que agora se sente a necessidade de se organizar não apenas em movimentos culturais e eventuais, mas em organizações e de forma permanente”.

 

Nação ajuda a resgatar auto-estima da comunidade 

 

“A Nação dentro das comunidades onde conseguiu se organizar e consolidar veio como uma boa nova para a juventude. Ela deu protoganismo de sujeito a quem antes era apenas objeto da história. Hoje a comunidade escreve a sua história e não depende de que outros a escrevam para que ela exista. Uma prova dessa realidade é o livro ‘Hip hop à Lápis’. O livro nasceu de textos que a comunidade escrevia para o Vermelho. Agora já vamos lançar o segundo volume”, atesta Aliado.

 

“Ontem a gente tinha apenas um sonho, hoje esse sonho suscita debates em jornais norte americanos e veículos da mídia. A Folha não gosta disso e procura ridicularizar a importância de projetos como esse, que incluem pontos de cultura e centros digitais, porque acham que o povo não deve ter direito a auto estima”, disse o rapper em referência a resposta do jornal Folha de São Paulo de hoje (16) à matéria do NYT.
             

Mas não é apenas dentro das comunidades que a Nação atua, ela também tem relação com o movimento hip hop internacional. “Em agosto realizaremos no Brasil um encontro internacional do movimento hip hop. É preciso estabelecer relações com as entidades do movimento do Brasil, mas também com as entidades fora dele. Assim o movimento se fortalece, unido forças”, disse o rapper.

 

Programação do 1º Encontro de Organização do Nação Hip hop Brasil 

 

Sexta-feira, 16 de março
19h – recepção, alojamento e apresentação do encontro
22h – festa artística e cultural

 

Sábado, 17 de março
8h – avaliação do trabalho da Nação e apresentação de estatuto, regimento e formato de direção da entidade
13h – debate sobre documentos e entrega de emendas
22h – festa artística e cultural

 

Domingo
8h – apreciação de emendas e aprovação dos documentos
11h – Eleição da nova diretoria

 

Local

Centro Cultural Alto Vera Cruz, Zona o, Rua Padre Jślio Maria, 1577, Belo Horizonte (MG). Fone: (31) 277-5612