Protesto dos pataxó captura funcionários da Funasa em MG

Insatisfeitos com o atendimento de Saúde prestado pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde), índios pataxó fizeram reféns na aldeia Guarani dois funcionários do órgão. A ação ocorre desde quinta-feira (15) no no município de Carmésia, 210 km A leste de Bel

Os reféns são o sociólogo Altino Barbosa, da Funasa de Governador Valadares e coordenador do Distrito Sanitário Indígena, e o coordenador técnico indígena Antônio Divino. Na aldeia Guarani vivem 310 índios (segundo a Funai).



Por telefone, o cacique Mezaque Pataxó disse à Agência Folha que em negociações a Funasa prometeu já na segunda-feira, às providências reivindicadas, como licitação para montagem na região de uma clínica, um restaurante e uma farmácia. Até lá, Barbosa e Divino continuam reféns. Dormiriam no casarão da sede, segundo Mezaque.



O índio Puhuy Pataxó disse sobre o atendimento da Funasa. “A situação aqui é péssima. O serviço é de má qualidade. Falta remédio e assistência médica. A ambulância saiu daqui para ser consertada, mas era para ser 15 dias e já são três anos.”



O administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Minas, Waldemar Krenak, disse que o problema do atendimento pela Funasa “não é a falta de esforço”, mas a “falta de preparo” para lidar com um povo de cultura diferente. “As pessoas não são muito preparadas para trabalhar com o índio. É outra cultura, é outro segmento”, disse Krenak, acrescentando que há problemas de atendimento especializado e de emergência.



A assessora de Comunicação da Funasa em Minas, Janilsa Soalheiro, disse nesta sexta-feira que o órgão está em negociação e que o clima é de tranqüilidade. Segundo ela, só após o órgão receber as reivindicações é que poderia se manifestar sobre as queixas dos índios. Segundo a prefeitura de Carmésia, os índios não estão utilizando armas ou ferramentas para impedir a saída do sociólogo.



Da redação, com agências