Desabamento: drama recorrente no verão paulista
Todos os dias ganham as manchetes dos noticiários os estragos feitos pelas tempestades de verão na cidade de São Paulo. Os transtornos vão desde os longos engarrafamentos e problemas no transporte público até os mais graves, como as enchentes e desmoro
Publicado 20/03/2007 20:03 | Editado 04/03/2020 17:19
A cidade tem cerca de setecentas áreas de risco, sendo mais de duzentas delas de ''alto'' ou ''altíssimo'' perigo de desabamento. A classificação é feita pela Defesa Civil e coloca em ''estado de atenção'' os terrenos atingidos por mais de 60 ml de chuvas em três dias.
As saídas que a prefeitura dá para estas famílias são insuficientes: em geral isola a área atingida e oferece vagas em abrigos públicos para os moradores, o que geralmente rejeitam, ficando à mercê do auxílio de parentes e amigos.
Para Veruska Ticiani, presidente da Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo – Facesp, não há uma política de reurbanização de favelas na prefeitura. ''Não há política de regularização. Só há remoção e remoção não significa melhoria''.
Além disso, o governo muncipal ignora o fato de que as famílias constituem a vida nos locais, têm os filhos estudando em escolas do bairro e, muitas vezes, não podem se distanciar da região. ''Na gestão anterior, os programas de reurbanização levavam em conta a permanência nas áreas, as mudanças eram feitas em parceria e discutidas com a comunidade. A prioridade era a permanência. Esses programas acabaram e agora prevalesce na COHAB a mesma mentalidade do CDHU estadual'', destaca Veruska.
Fernando Borgonovi, pelo Vermelho-SP