Professores da Unimep realizam assembléia para debater resultado do julgamento da greve

Os professores da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), em greve desde o dia 15 de março, realizam nesta quarta-feira, dia 21, uma assembléia geral para avaliar o resultado do julgamento do dissídio de greve.

O Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região Campinas marcou para esta quarta-feira, às 13 horas o julgamento da greve quando será decidida a legalidade ou não do movimento. A assembléia acontece às 19h30, no Auditório Verde do Campus Taquaral da Unimep, em Piracicaba.


 


A paralisação dos professores continua atingindo as três unidades da Unimep. Os alunos da Universidade, em apoio ao movimento dos professores, decidiram ocupar o Campus Taquaral em Piracicaba e, desde o dia 15, iniciaram o boicote às mensalidades.


 


A crise na Unimep vinha se arrastando desde o início de 2006, mas ganhou contornos mais graves no dia 7 de dezembro, com a demissão de148 professores, sem justa causa, e sem qualquer consulta pela Reitoria aos Conselhos de Faculdade.


 


Os docentes, representados pelo Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro) e pela Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep) vêm negociando para chegar a um acordo com a Reitoria. Os professores entendem que atitudes arbitrárias que ferem a democracia poderão comprometer significativamente a qualidade de ensino. Frente à intransigência da Reitoria em não negociar, na medida em que vincula todas as questões, institucionais e financeiras, numa única proposta, que não pode ser discutida ou modificada e face ao desrespeito ao Estatuto e aos Regimentos da Universidade, os professores estão em greve desde o dia 15, mas sempre dispostos ao diálogo e à efetivas negociações.


 


Democracia


 



Além da crise financeira a Unimep passou a viver uma crise institucional. Em dezembro a Reitoria decretou uma espécie de intervenção na Universidade. Ignorando o que previa o Estatuto e Regimento da Instituição, nomeou coordenadores de Cursos e diretores de Faculdade não escolhidos pela comunidade acadêmica, transformando-os em assessores, extinguiu grupos de área, juntou turmas de cursos, alterou programas de estágio, entre outros. A Reitoria tenta ainda, impor uma tabela salarial com redução de 25% nos salários dos professores que migrarem para a nova carreira. Os salários dos professores têm sido pagos parceladamente e sempre com atraso.


 


Mediação


 


O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas tentou mediar um acordo entre os professores e o Instituto Educacional Piracicabano (IEP), promovendo ao longo dos últimos três meses, cerca de 10 audiências, a última delas no dia 9 de março, quando não se chegou a nenhum consenso.


 
 
Valéria Salek
Sindicato dos Professores de Campinas e Região