Conflito no Congo: Funcionários refugiados deixam embaixada

Quinze funcionários da Embaixada do Brasil no Congo que estavam refugiados há dois dias devido aos confrontos no país começaram a voltar para casa neste sábado (24/3). No total, 20 pessoas ficaram isolados no prédio da embaixada, entre elas, 17 funcionári

O embaixador brasileiro, Flávio Roberto Bonzanini, afirmou que a situação no país, embora esteja mais tranqüila, não está totalmente normalizada. “O controle da segurança publica é o problema principal do momento”, afirmou.



Desde quinta-feira, quando os conflitos tiveram início, pelo menos 60 pessoas morreram na capital. Bemba tem uma tropa particular por ser ex-presidente e o governo atual, de Joseph Kabila decidiu acabar com esta tropa.



Na sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou uma nota afirmando que os 50 cidadãos brasileiros que vivem em Kinshasa estão bem. O texto diz ainda que o Brasil acompanha a situação na cidade com apreensão. “O Brasil expressa sua firme expectativa de que as hostilidades sejam suspensas”, diz o comunicado.



Em Brasília, o Ministério montou uma central para atender aos pedidos de informação sobre cidadãos brasileiros que vivem no país. A embaixada em Kinshasa entrou ontem em contato com todos os brasileiros residentes na capital para assegurar que não haviam sido feridos durante os combates.



Os conflitos começaram após um comunicado publicado em 6 de março pelas Forças Armadas congolesas, pedindo que o ex-vice-presidente reintegrasse os homens de sua guarda pessoal, formada por centenas de soldados, ao Exército regular. No entanto, os militares fiéis a Bemba recusaram-se a aceitar as ordens.



Em um acordo prévio às eleições presidenciais, o vencedor comprometia-se a garantir a segurança do derrotado, mas os partidários de Bemba acreditam que o líder corre perigo e querem alterar alguns termos do acordo.



Bemba, líder do Movimento para a Libertação do Congo (MLC), passou em 2003 a fazer parte do governo de transição dirigido por Joseph Kabila.



Nas eleições do ano passado, que terminaram no processo de transição, Bemba foi o maior adversário do atual presidente e, quando perdeu o pleito, houve troca de tiros entre partidários dos dois grupos, durante protesto contra o que consideraram uma “votação fraudulenta”.



A ONU mantém na Congo o maior contingente do mundo, formado por 17 mil efetivos. A principal função da missão é garantir o processo político de transição aberto após os acordos de paz assinados em 2003, que colocaram fim a 40 anos de guerras civis, ditaduras e golpes de Estado no país.