Servidores realizam primeira grande manifestação no governo Yeda
O sucateamento dos serviços públicos no Rio Grande do Sul foi duramente condenado durante a primeira grande manifestação pública do funcionalismo gaúcho no governo Yeda.
Publicado 28/03/2007 21:03 | Editado 04/03/2020 17:12
Na tarde de quarta-feira 28, ruas e avenidas do Centro de Porto Alegre foram tomadas por mais de seis mil servidores. Desde o início da tarde era grande a movimentação em frente à sede do CPERS/Sindicato, na avenida Alberto Bins. O local foi escolhido por professores e funcionários de escola como ponto de concentração para uma passeata até a praça da Matriz, onde se localiza o Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
Na praça, lideranças sindicais se revezaram ao microfone. Primeiro a se manifestar, o representante do MST, Mauro Cibulski, criticou a suspensão de recursos para as escolas itinerantes de dez assentamentos no estado. “Estamos tentando desde o início do ano agendar uma reunião com o governo. Ontem (terça-feira) conseguimos uma promessa, nada além de uma promessa”, disse. O presidente do Sindicato dos Servidores do Ministério Público, Marcos Kersting, criticou o congelamento de salários, a destruição dos serviços públicos e o desmonte das escolas públicas. Segundo Kersting, o governo do estado não se sente constrangido em dizer que para salários não há recursos, mas que existem para os fornecedores.
Acampados em frente ao Palácio Piratini há 66 dias, os agentes penitenciários cobraram a imediata nomeação dos concursados. O presidente estadual da CUT, Celso Woyciechowski, atacou a “parceria da governadora Yeda Crusius com a iniciativa privada e com os latifundiários”. “Precisamos quebrar essa espinha dorsal que está sendo montada e isso vai se dar com o povo na rua”, enfatizou o dirigente cutista.
A presidente do CPERS/Sindicato, Simone Goldschmidt, encerrou a manifestação lembrando que, além do ato público, a quarta-feira foi dedicada ao debate, nas regiões, sobre como a está sendo tratada pelo governo do estado. “Três meses de governo foram suficientes para revoltar os servidores”, disparou. A falta de professores e de funcionários, as escolas com obras de reformas paradas e bibliotecas fechadas, a falta de segurança, os atrasos nos repasses da verba de autonomia das escolas e as constantes ameaças de atraso no pagamento de salários, foram denunciadas por Simone.
Diversas escolas estaduais aderiram ao Dia de Paralisação e Luta convocado pelo CPERS/Sindicato. Nas regiões, o dia foi dedicado à realização de atos públicos e debates com a comunidade escolar.
Assessoria Cpers Sindicato