Ubes lidera estudantes cariocas em passeata pelo Passe Livre
Os estudantes voltaram às ruas do Rio de Janeiro, no dia 29, para protestar contra o fim do passe livre na cidade. Organizados pela UBES e pela AMES (Associação Metropolitana de Estudantes Secundaristas), cerca de 300 jovens fizeram uma manifestação co
Publicado 30/03/2007 19:08 | Editado 04/03/2020 17:06
Um dia após a realização de uma outra passeata na capital carioca, promovida por grupos isolados e que ficou marcada por alguns atos de violência, o movimento estudantil organizado mostrou à sociedade que a luta pelo passe livre não tem essa característica:
''O que se viu aqui no Rio de Janeiro, carros quebrados, bancos depredados, isso não é o movimento pelo passe livre. Essa é a ação de pessoas que não tem as mesmas causas que nós temos. Isso somente beneficia as próprias empresas de transporte, que são contra nós'', disse o presidente da Ubes, Thiago Franco, do alto do carro de som.
Presente no ato, o vereador do Rio, Roberto Monteiro (PCdoB), disse que apóia a luta dos estudantes pelo passe livre e que onde há luta tem sempre um parlamentar comunista. Roberto propôs a realização de uma audiência pública na Câmara dos Vereadores para debater a questão.
Defendendo direitos
O protesto teve início na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal, depois seguiu para a porta do Tribunal de Justiça e terminou em frente à Alerj. Estavam presentes cerca de 300 alunos e alunas das escolas Julia Kubitschek, Visconde de Cairú, Oscar Tenório, Ferreira Vianna, Horácio de Macedo, Visconde de Mauá entre outras.
Era grande o receio da polícia militar e da imprensa por novos atos violentos. Porém, o que se viu mesmo foi muita garra nos discursos e jovens alunos da rede pública que sabiam muito bem o que queriam.
''Nós queremos o passe, o nosso direito, é só isso. As autoridades não podem ignorar isso, é a única chance para quem não tem dinheiro se manter na escola'', disse a estudante Karina Soares, de 16 anos.
O secundarista Rômulo de Almeida, 15, disse que as empresas de ônibus estão desrespeitando os estudantes nas ruas: ''Tem ônibus que já não pára pra gente, alguns cartões de Passe foram bloqueados, as empresas já têm muito dinheiro, não precisam ficar tirando do jovem pobre não'', disse.
Roteiro
Logo que chegaram, os estudantes foram se agrupando nas escadarias da Câmara Municipal, entoando os tradicionais gritos de guerra da luta pelo acesso do jovem ao transporte público: ''Boi, boi, boi da cara-preta, se não tem Passe-Livre a gente pula a roleta''. Outra forma inteligente de protesto foi a rima de um estudante ao som do hip hop, em defesa do Passe.
Os jovens saíram em marcha até o Tribunal de Justiça (TJ), onde se ajoelharam e rezaram uma ''ladainha'' de repúdio a decisão do órgão que está pondo em risco o benefício estudantil. A aposentada Alzira Vasconcelos, de 77 anos, se ajoelhou junto dos estudantes e engrossou o coro. Os idosos e portadores de deficiência física do Rio também estão correndo o risco de perder o direito ao passe livre.
Para finalizar, os estudantes subiram as escadarias da Alerj. ''Queremos que toda a classe política nos escute e apóie essa causa que é fundamental. Sem passe, o estudante fica fora da escola e é vitima da criminalidade, esse é um problema de toda sociedade'', disse o presidente da UBES.
Os protestos contra o fim do passe livre no Rio ainda não acabaram. Os estudantes pretendem realizar novos atos nos próximos dias e pedir uma audiência pública com o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia.
Com informações da UNE