Messias Pontes – A franciscana oposição tucana
É de fazer pena a falta de bandeira tucana em todo o País, e em especial no Ceará. Aqui, desde que teve início a atual legislatura, a bancada tucana na Assembléia Legislativa, de olho nas eleições municipais do próximo ano, não tem feito outra coisa a não
Publicado 03/04/2007 19:22 | Editado 04/03/2020 16:37
É sabido por todos, e não precisa ser jurista para tal, que à Assembléia carece competência para apurar as despesas com a festa que a Prefeitura realizou na passagem do ano, no aterro da Praia de Iracema. E mais do que ninguém os tucanos sabem disso, mas vão tentar desgastar até onde puderem a imagem da atual administração municipal. A coisa é exatamente igual à posição do presidente-terrorista George W. Bush com relação à existência de armas de destruição em massa no Iraque. Sabia que essas armas não existiam, mas era preciso dizer que sim para justificar a invasão.
Não se pode negar que houve incompetência da Prefeitura ao publicar no Diário Oficial do Município as despesas com a festa. Tanto que houve republicação. Mas daí dizer que houve malversação do dinheiro público é um tremendo equívoco. O que todos esperam é que tudo seja devidamente esclarecido. O próprio Ministério Público, que investiga o caso, considerou esclarecedor o depoimento do secretário municipal de Cultura, Henrique Sérgio. E não podia ser diferente, pois o secretário é um homem que tem história e é respeitado por quem o conhece.
A insistência para instalar a CPI para apurar o caso tem muito de hipocrisia. Em São Paulo, a oposição ao governador tucano José Serra tenta instalar uma CPI para apurar as denúncias de irregularidades nas obras do Metrô daquela cidade, mas os tucanos afirmam que não há necessidade, pois o Ministério Público já está apurando. Se lá o Ministério Público está à frente das investigações, e portanto não há necessidade de uma CPI, por que aqui, que o MP faz a mesma coisa, a CPI tem de ser instalada? Quem está com a razão, os tucanos de lá ou os de cá? Quem está sendo hipócrita?
Em nível nacional os tucanos também estão sem rumo. Sem propostas para apresentar à sociedade, eles objetivam tão somente o desgaste do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o irrestrito apoio da mídia conservadora e golpista, tentam desestabilizar o Governo tendo como mote a crise no setor aéreo, dando uma dimensão infinitamente maior do que a realidade dos fatos.
A crise no setor aéreo existe de fato, não se pode negar. Porém ela está sendo inflada irresponsavelmente. Os espaços, principalmente nos telenoticiosos, notadamente no Jornal Nacional e no “Fantástico”, da Rede Globo, são enormes. Nos jornalões, com destaque para o Estado de São Paulo, cheira a golpismo. Na edição do último sábado, o Estadão destaca que o acordo do Governo com os controladores de vôo “encerra motim de sargentos que fechou 49 aeroportos no País”.
Dos seus leitores esconde que a maioria dos controladores é civil e insinua que está havendo “insubordinação e quebra de hierarquia militar”, a exemplo da “revolta dos marinheiros” antes do golpe de 64. Na edição de domingo estampa na primeira página que o “Acordo desgasta militares”, e internamente afirma que “Planalto intervém e abre crise na Aeronáutica”. A verdade que precisa ser enfatizada é que o próprio Comando da Aeronáutica propôs o controle civil do tráfego aéreo. Portanto, não há nenhuma crise militar.
Messias Pontes é jornalista