PT está dividido para a eleição em Guarulhos

O PT está dividido para a sucessão municipal de Guarulhos em 2008. O prefeito Elói Pietá (PT) está em seu segundo mandato e não disputará novamente as próximas eleições. Aparecem no cenário político, três postulantes que buscam o apoio do prefeito e um no

Guarulhos é a segunda cidade mais populosa do estado de São Paulo, com 1,3 milhão de habitantes. Com pouco mais de 700 mil eleitores, a cidade pode realizar segundo turno.


 


Pelo apoio da atual administração disputam a atual vice-prefeita Eneide Lima, o deputado estadual Sebastião Almeida e Carlos Chnaiderman, presidente da empresa municipal Proguaru. A administração municipal tem apresentado altos índices de aprovação entre a população, segundo avaliações internas do governo. O apoio de Pietá a um desses nomes é fundamental para a conquista da Prefeitura. Eneide e Almeida parecem ter mais fôlego na disputa pela preferência dos petistas.


 


De outro lado, um grupo de vereadores e militantes petistas ligados à ex-prefeita Marta Suplicy, articulam um nome para apresentar nas prévias do partido com a motivação de contrapor o atual prefeito. Pietá coordenou a campanha interna do senador Aloísio Mercadante contra Marta nas prévias para o governo paulista.


 


Enquanto a disputa interna no PT se acelera, outros partidos da base de apoio do governo também se articulam para o lançamento de candidaturas fora da órbita petista. Um grupo de vereadores ligados ao PMDB, PR, PSL, PHS e PMN se uniram para debates constantes sobre a sucessão municipal. Entre os nomes sugeridos até o momento, estão o de Alexandre Kise (PR), secretário municipal de Meio Ambiente, e Roberto Siqueira (PSL), secretário municipal de Negócios Jurídicos e presidente do PSL local.


 


Dentro da base aliada, ainda há as movimentações do PCdoB e do PDT. Os comunistas filiaram o vereador e ex-secretário de Habitação, Adilson Valente, o mais votado da cidade em 2004, e os trabalhistas podem lançar o nome de José Pereira, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos. Os dois partidos abriram diálogo para a sucessão municipal, em aproximação com a articulação nacional do Bloco de Esquerda. O PSB, outro partido do bloco, está dividido entre três grupos internos e deverá realizar encontro municipal para se unificarem.


 


Pela oposição, o candidato mais forte pode ser o deputado federal Jorge Tadeu Mudalen (DEM, ex-PFL). Mudalen segue fazendo articulações políticas para tentar unificar as forças de oposição na cidade. O PSDB, potencial aliado de Mudalen, também passa por uma disputa interna e procura lançar um nome para a disputa municipal.


 


O PV, do ex-prefeito e ex-deputado federal Jovino Cândido, está enfraquecido após o resultado da última eleição para deputado de 2006. A votação de Jovino despenou de 90 mil votos (2002) para 16 mil votos (2006). O PPS, quarto partido da oposição, não sinalizou nomes para a disputa municipal. 


 


O quadro político, amplamente favorável para o PT, pode ter surpresas a partir das disputas internas dos partidos. O campo governista pode se dividir entre mais de uma candidatura e o principal partido, o PT, terá que se unificar para a disputa. Entre os partidos de oposição, não há, neste momento, nenhum nome de unidade capaz de vencer a próxima eleição. O momento sugere muitas articulações internas e a construção da unidade entre os diversos partidos.


 


Rodrigo de Carvalho, pelo Vermelho-SP