Operários demitidos da Coteminas são reintegrados
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais acaba de dar ganho de causa, em Mandado de Segurança, aos 19 operários têxteis ilegalmente demitidos pelo Grupo Coteminas/Cotenor em maio de 2006.
Publicado 13/04/2007 15:00 | Editado 04/03/2020 16:52
Na ocasião um grupo de trabalhadores se organizou para a montagem de uma chapa de oposição à atual direção do Sindicato dos Tecelões de Montes Claros, que há mais de 20 anos dirige o sindicato em descarada aliança com os patrões, se perpetuando através de processos eleitorais fraudados e sem nenhuma participação da categoria.
Em retaliação à ousadia dos trabalhadores, a direção do Grupo Coteminas/Cotenor demitiu sumariamente todos os integrantes da Chapa 2, de oposição, a pedido da direção do próprio sindicato. Pretendiam, com isso, impedir que a Chapa 2 pudesse disputar a eleição.
Os demitidos chegaram a ser liminarmente reintegrados alguns dias depois, por via judicial, mas após as fraudes que mais uma vez deram a “vitória” aos pelegos da chapa 1, foram novamente demitidos, numa clara afronta à CLT, à Constituição Federal e à liberdade de organização sindical dos trabalhadores.
O crime contra a liberdade de organização dos trabalhadores, cometido pelo Grupo Coteminas/Cotenor, fica claro quando se vê que as demissões foram seletivas, atingindo não a um grupo qualquer de trabalhadores, mas exatamente àqueles que integravam a Chapa 2, de oposição.
Agora o TJMG faz justiça à teimosia dos trabalhadores, decidindo pela reintegração de todos ao trabalho. O poderoso grupo industrial, um dos maiores do país no ramo têxtil, sofre assim uma enorme derrota na sua política de impedir os trabalhadores de participar e decidir os rumos do seu próprio sindicato.
Agora, após a reintegração, os trabalhadores querem a anulação da eleição fraudulenta ocorrida em 2006, para que possam novamente registrar a Chapa 2 e disputar limpa e democraticamente a direção do sindicato.