Cônsul venezuelano debate o fracasso do golpe contra Hugo Chávez
O cônsul da Venezuela no Rio de Janeiro, Mario Guglieumelli, esteve na tarde do dia 16 na sede da CUT/RJ para celebrar o fracasso do golpe contra o presidente Hugo Chávez, ocorrido em abril de 2002. O debate foi coordenado pelo diretor da CUT no Rio de
Publicado 16/04/2007 20:20 | Editado 04/03/2020 17:06
Em 2002, uma tentativa de golpe retirou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, do poder por 48 horas. Para o cônsul o golpe serviu para elevar a consciência da população de forma que isso não ocorra novamente. Para Mario Guglieumelli cresce na América Latina uma nova esperança com governos livres, democráticos e de cunho socialista. O cônsul ainda ressaltou que todos os governos revolucionários são atacados pelos EUA.
O cônsul informou que após as derrotas dos golpistas, hoje a população vive um clima de paz. Ele disse ainda que os ataques da mídia contra Hugo Chávez não cessaram: “nós vivemos em um país democrático e a mídia está funcionando normalmente, porém o presidente venezuelano tem a sua própria mídia para falar com a população”.
Perguntado sobre a situação dos golpistas de 2002, Mario Guglieumelli disse que Pedro Carmona – que durante o golpe assumiu a liderança do governo – hoje encontra-se exilado na Colômbia, porém há um pedido da Suprema Corte para extraditá-lo. Já as autoridades militares envolvidas sofreram apenas com os julgamentos militares.
Para o cônsul, a diferença da tentativa de golpe na Venezuela com outros casos ocorridos na América Latina se deve pela “reação do povo que estava em comunhão com o governo. Ela [a população] percebeu que participava dos programas sociais do governo e que perderia com a saída de Hugo Chávez”.
Banco do Sul
Sobre a polêmica da criação do Banco do Sul – o ministro da Fazenda brasileiro Guido Mantega disse que o banco deveria ser técnico e não político – Mario Guglieumelli disse que a proposta feita pela Venezuela, Equador, Argentina e Bolívia é distinta do que afirmou o ministro brasileiro. “Ele deverá ser um banco que ajude os países com problemas financeiros, sem condicionamentos, que seja solidário. Não é um banco clássico, pois para isso já existe o BNDES. Ele precisa ter uma finalidade social, além de ter algum rendimento. Acho, porém, que a opinião do ministro Mantega não é a mesma do presidente Lula”.