Minas Gerais Realiza Curso de Formação para Secretários de Organização

Nos dias 14 e 15 de abril foi realizado em Belo Horizonte o Curso de Formação para Secretários de Organização das direções municipais.


 A Deputada Federal Jô Moraes do PCdoB esteve presente na abertura, onde salientou que “cuidar do partido é manter o ideal socialista. Fazer política eleitoral qualquer partido faz, o desafio é fazer isso numa perspectiva de avançar para o socialismo” e, numa perspectiva otimista, falou que “o partido está brotando da sociedade, ela está se contaminando dessa perspectiva que é o PCdoB. Disse também que estamos numa fase em que a disputa eleitoral tem grande relevância para os comunistas, é onde se realiza o confronto do novo contra o velho. Contudo, essa disputa não pode se dar com a descaracterização política, ideológica e organizativa do PCdoB.


 


Já o Deputado Estadual do PCdoB Carlin Moura manifestou que o crescimento do partido é essencial para garantir o avanço do governo Lula rumo as Desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho, bem como para contrapor às políticas neoliberais do governo Aécio Neves, que tem priorizado o aumento das contas públicas de água, luz e telefone em detrimento dos investimentos sociais.


 


Em dois blocos de aulas Oswaldo Napoleão, da comissão Nacional de Organização do PCdoB, reforçou a noção da indispensabilidade de um PC com bases nos fundamentos da luta de classes, no caráter de classe da luta pelo socialismo, na exigência de ruptura para um novo poder político de Estado. 


 


Que o partido não é ideologicamente plural e que um novo Projeto de sociedade é uma construção humana, histórica e não fatalista. O partido é a força dirigente dessa construção – noção de partido de vanguarda.


 


Uma outra noção é que o sujeito histórico dessa transformação é o proletariado. “Por ser de uma classe determinada o partido visa ser sua representação política e ideológica independente que encarna seus valores e aspirações e portador de um programa político que leva à supressão da sociedade dividida em classes”.


 


Definiu o Centralismo Democrático como princípio diretor da organização, a unidade da ação política como exigência da luta de classes para o proletariado. O centralismo democrático como uma visão profundamente democrática de concepção de partido, sob uma única orientação e um centro dirigente, com uma disciplina livre e conscientemente assumida. Isso se relaciona com a noção de um partido de militância, de compromisso partidista de seus militantes.


 


No dia 15, Zito Vieira, Vice-presidente do PCdoB – MG, tratou do papel estratégico do partido, sendo ele um instrumento para a luta política e ideológica e para a conquista do poder.  Para isso não pode se perder no movimentismo, no economicismo e no voluntarismo. Precisa combater as tendências pragmáticas do mundo moderno. Disse que não há contradição entre a luta institucional e de massas, e que uma completa a outra. “O importante é estabelecer essa relação dialética entre elas, em tempos de pensamento único e de pressão ideológica o partido necessita lançar mãos de várias formas de luta e se preparar para desenvolver a sua estruturação num plano superior para jogar o papel que a atualidade política exige dele”.


 


Acentuou que não se pode conceber a estruturação do partido comunista sem planejamento, pois na falta deste impera a dispersão e o voluntarismo, câncer e seiva da degeneração partidária, pois na sua base nasce o burocratismo.


 


Feito isso pôs em relevo o projeto eleitoral, ressaltou o dirigente que a meta é eleger 50 vereadores, sendo 30 desses em cidades pólos, como também é necessário eleger pelo menos 3 prefeitos em Minas. Zito Vieira disse que tudo isso passa por uma estruturação intensa do partido. “Vamos filiar 4 mil novos membros, realizar 11 encontros macro-regionais e seminários locais”.


 


No tema estatuto partidário, disse que não existe igualdade automática entre filiados, militantes e quadros, exige-se uma política específica para cada um. Há uma campanha de valorização militante, onde a carteira nacional é um dos instrumentos que materializam essa valorização.


 


Ressaltou também a importância dos fóruns, conferências, encontros como experiências horizontais modernas e necessárias para o Partido Leninista de hoje. “Partimos da preservação de princípios universais, mas também estamos renovando para exatamente dialogar com o novo perfil e caráter da militância e dos novos comitês”.


 


E que “o Partido Comunista tem que ser organizado pela base. Os OBs por relação de trabalho é uma conquista nova. Somos um partido de classe e para classe, contudo temos que nos envolver de forma organizada nos mais diversos setores sociais. Esse envolvimento nada mais é que a busca de maior representatividade, de o partido tornar-se uma opção não só política, mas ideológica para os trabalhadores. Tudo isso passa por aguçar nossa política e nossa teoria partidária para os dias atuais.


 


O Curso contou com 41 dirigentes, representando 21 municípios. Todos os participantes saíram empolgados se dizendo renovados com energia para próxima fase partidária. Pediram que mais cursos com essa profundidade devessem ser oferecidos. No segundo semestre vamos repetir essa vitoriosa experiência conclui o Vice-presidente do partido zito Vieira.


 


de Belo Horizonte,


 


Murilo Ferreira da Silva