Sepror discute demandas das comunidades agrícolas de Manaus

Problemas relacionados a questões fundiárias, escoamento da produção agrícola e industrialização e comercialização de produtos amazonenses estiveram entre os principais pontos discutidos na reunião, nesta terça-feira (17/04) pela manhã, entre o secretário

Agricultores familiares de comunidades produtoras locais, como São Pedro, Colônia Agrícola João Paulo, Novo Brasil, Nova Jerusalém, Puraquequara, Água Branca, Monte Aurélio, Nova Esperança e Ramais do Brasileirinho e do Pau Rosa participaram do encontro. Representando o governo estadual, além do secretário Eron Bezerra, estavam o secretário executivo Ferdinando Barreto e o gerente de agricultura familiar, José Barbosa de Carvalho.
 
Eron adiantou que até a próxima semana, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas (Idam), órgão vinculado à Sepror, e o Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (Ipaam) formalizarão um termo de cooperação técnica.   O acordo serviria, principalmente, para que a Sepror pudesse emitir o atestado de liberação do uso de terra de acordo com as políticas sustentáveis e a legislação ambiental vigentes.   As dificuldades para a obtenção do documento, obrigatório para o desempenho de atividades produtivas, foram um dos principais problemas apontados pelos agricultores durante a reunião.
 
A comercialização e a industrialização de produtos agrícolas amazonenses também foram pontos atingidos pelas discussões.   O secretário Eron Bezerra defendeu a industrialização da matéria-prima local, agregando valor à produção rural do Estado e garantindo maior renda aos produtores.   Ele deu como exemplo a questão das sardinhas, que são vendidas cruas ao preço de R$ 1 o quilo e, nos supermercados, enlatadas e seguindo os padrões industriais, chegam a custar até R$ 20 o mesmo volume, representando uma diferença de aproximadamente 2.000%.
 
Estímulo ao cooperativismo
 
Entretanto, para que a política de agroindústrias proposta pelo governo estadual realmente tenha seus benefícios confirmados, o secretário Eron Bezerra afirmou que os agricultores e as diversas associações que os representam precisam formalizar uma cooperativa única, com o intuito de capitalizar os recursos e potencializar em conjunto as atividades.   “Nós queremos que todo mundo produza, e produza muito. Mas individualmente ninguém vai fazer agroindústria.  A política de industrialização dos nossos produtos é a principal proposta que temos à frente desta secretaria e esperamos que, com a compreensão e o envolvimento de todos, ela possa vir a se concretizar”, afirmou.
 
Segundo Aluízio Pereira, 66, morador e produtor da comunidade Nova Esperança, localizada na 4ª etapa do bairro Jorge-Teixeira, Zona Leste, a reunião teve grande importância por abrir espaço para que os agricultores pudessem expor suas necessidades e inserir o governo na difícil realidade de cada uma das comunidades.   “Precisamos de uma grande ajuda, não é de uma pequena não, porque essa já temos.  Essa reunião vai servir para que coisas boas aconteçam, e vamos torcer para que as sugestões e propostas faladas aqui possam ser colocadas em prática”, disse.
 
Uma nova reunião entre as partes deverá ser realizada em um prazo máximo de 45 dias. Durante esse período, o secretário Eron Bezerra deverá concluir a formação de uma comissão para elaborar um modelo de produção sustentável para o agricultor familiar amazonense, incluindo recomendações práticas para a obtenção de rendas garantidas e elevadas.


 



Assessoria de Comunicação Sistema Sepror