França experimenta eleição com voto eletrônico e antecipado

Cerca de 1,5 milhão dos 44,5 milhões de franceses aptos a escolher quem será o próximo presidente do país irão registrar seus votos em urnas eletrônicas espalhadas pelo país e no exterior. O Ministério do Interior aprovou três modelos de urnas eletrônicas

Milhares de eleitores já começaram neste sábado (21) a votar. Trata-se dos franceses que vivem nos departamentos de Ultramar, como Guiana Francesa, Martinica e Guadalupe, além dos nativos residentes no continente americano.



A diferença de fuso horário entre os territórios e Paris fez com que nas eleições de 2002 centenas de milhares de pessoas começassem a votar quando as urnas estavam sendo fechadas na França e os meios já publicavam que o segundo turno seria disputado entre Jacques Chirac e Jean-Marie Le Pen.



Para evitar a distorção, as autoridades decidiram que, desta vez, os eleitores dos territórios ultramarinos e residentes nas Américas iriam votar na véspera.



A apuração será feita após o fechamento das urnas, mas os resultados só serão revelados às 20h (15h de Brasília) de domingo, quando todos os colégios eleitorais franceses tiverem fechado.



Controvérias
Às 12h deste sábado, hora de Paris (7h em Brasília), foram abertas as urnas em Saint-Pierre e Miquelon, um arquipélago francês a 25 km de Terranova, no Canadá.



Apesar do avanço tecnológico das urnas eletrônicas, milhares de eleitores dizem estar preocupados com a segurança das máquinas. Eles lembram que houve controvérsia na Irlanda e na Holanda a esse respeito em 2000.



“Os cidadãos não conseguem mais verificar a boa condução das eleições, não são capazes de entender o que acontece nos postos de votação”, afirmou Pierre Muller, um dos líderes de uma petição contra o uso das urnas eletrônicas, assinadas por cerca de 68 mil pessoas.



O uso de urnas eletrônicas foi aprovado em 2004 e enfrentou pouca controvérsia. No entanto, nas últimas semanas, partidos de oposição passaram a questionar o seu uso.



“Há símbolos e rituais que são vitais. O ritual democrático é fundamental”, disse Vincent Feltesse, do Partido Socialista, referindo-se ao tradicional sistema de cédulas de papel.



Da redação, com informações da Folha Online