Oposição nigeriana define como “uma farsa” eleições no país

As forças de oposição classificaram de ''farsa'' as eleições presidenciais e legislativas realizadas neste sábado (21) na Nigéria, em meio a uma grande desorganização, enquanto ainda se esperam os resultados das apurações.

''As eleições são uma farsa e foram manipuladas descaradamente'', disse Osipe Okechukwu, porta-voz do principal grupo de oposição, o Partido de Todos os Povos da Nigéria (ANNP).



''Em muitos lugares as pessoas não receberam os materiais até a meia-noite, em outros não há folhas de resultados, por isso os dados podem ser manipulados e, em geral, a participação foi baixa porque o povo perdeu a confiança no processo'', ressaltou.



''Nosso candidato, Muhammadu Buhari, ganharia sem dúvida alguma se as eleições fossem limpas. Mas os que estão no poder têm medo dessa possibilidade porque são todos uns saqueadores, e o presidente (Olusegun) Obasanjo é o primeiro ladrão'', acrescentou.



O candidato do opositor Congresso para a Ação, Atiku Abubakar, descreveu o voto como ''uma tragédia nacional'' marcada pela intimidação, fraude e baixa participação.



Observadores internacionais
A Comissão Eleitoral Nacional Independente disse que espera ter resultados definitivos na noite de segunda-feira, enquanto os observadores internacionais divulgarão seus relatórios preliminares sobre o desenvolvimento da votação amanhã ao meio-dia.



Na noite de sábado, o presidente da comissão eleitoral, Maurice Iwu, avaliou positivamente o desenvolvimento das eleições e parabenizou os nigerianos ''por expressar seu apoio e compromisso com a democracia''.



''Pode ser que tenha havido algumas complicações, mas no geral o país fez bem. Devemos olhar as coisas de maneira global e não perder a perspectiva do que conseguimos'', afirmou Iwu.



Pouca experiência
As eleições foram as terceiras consecutivas desde 1999, quando o país pôs fim a anos de governos militares. O exercício do voto, no entanto, esteve marcado pela desorganização, por atrasos na chegada dos materiais e o temor da possibilidade de fraude devido a fatos como a ausência de números de série nas cédulas presidenciais.



O chefe da missão de observação eleitoral da União Européia, Max van den Berg, disse que sua avaliação parcial era ''claramente negativa'' e classificou o processo eleitoral como ''muito confuso''.



Cerca de 61 milhões de nigerianos estavam convocados às urnas para escolher o chefe do Estado, entre 25 candidatos, os 360 congressistas e os 109 senadores. Todos são escolhidos para um mandato de quatro anos e, no caso do chefe do Estado, ele pode se reeleger apenas uma vez.



O atual presidente, Olusegun Obasanjo, cumpriu seus dois mandatos e deve ser substituído em 29 de maio pelo vencedor das eleições.



Fonte: Agência Efe