Ataque cardíaco mata Boris Iéltsin, ex-presidente russo

Boris Ieltsin, de 76 anos, morreu hoje (23) em Moscou, vitima de um ataque cardíaco fulminante. Ieltsin, de 76 anos, presidiu o país de 1991 a 1999. O ex-presidente é lembrado pela corrupção, pela desindustrialização da Rússia e também pelo golpe de de

Nascido em Sverdlovsk (rebatizada agora para Iekaterimburgo) em 1931, formou-se em engenharia pelo Instituto Politécnico dos Urais, a mais importante escola da região.



Começou a trabalhar no ramo da construção civil em 1953 e permaneceu nele até 1968. Filiou-se ao Partido Comunista da União Soviética em 1961 e em 1976 foi eleito primeiro-secretário do partido para a região de Sverdlovsk


Em 1981 foi eleito para o Comitê Central. Sua ascensão política se deve à liderança de Mikhail Gorbatchev, que em 1986 o fez um membro sem direito a voto do politburo.



Retirado da liderança do partido e do politburo por indisciplina, acabou sendo indicado para o cargo de vice-ministro da Construção Civil.



Em 1989 elegeu-se para o Soviete Supremo, o parlamento do país, e foi escolhido pelos deputados como presidente do órgão, retirando-se do Partido Comunista.



Em dezembro de 1991, Ieltsin e os presidentes da Ucrânia e então Bielorússia assinaram um acordo que instalava a Comunidade de Estados Independentes (CEI), que visava desintegrar a URSS e retirar Gorbatchev do poder.



Foi chefe de Estado da Rússia entre dezembro de 1991 e 1999, Apontado como um dos gestores da desaparição da URSS e autor do decreto que colocou na ilegalidade o Partido Comunista, Ieltsin teve de entregar seu mandato a Vladimir Putin, em maio de 1999, depois de meses de recuperação de uma operação cardíaca.



Em 1993 assinou um decreto desintegrando o Congresso de Deputados do Povo e o Soviete Supremo da Rússia. Essas medidas são apontadas na Rússia, hoje, como uma protagonistas da aguda polarização da sociedade russa atual.


 


Além disso, foi o autor da repassagem para a mão de correligionários de inúmeras empresas e indústrias soviéticas, o que fez a economia do país cair a níveis do pós-guerra — em 1993 o PIB da Ex-União Soviética era 33% do que havia sido em 1988 — , além de criar 3 dezenas de riquíssimos empresários, donos absolutos de 46% das riquezas do país.



Reprimiu em 1994 a rebelião separatista de Dzhokhar Dudayev na Tchetchênia, uma das campanhas militares mais sangrentas em território russo no século 20. As tropas se retiraram 1996, mas não houve reconhecimento político da independência da república.



Em junho de 1996 derrotou nas eleições presidenciais Guennady Ziuganov, do PC da Federação Russa, em um pleito repleto de denúncias de corrupção e fraude, feitas até mesmo por seus aliados ocidentais, como Alemanha e França.



Em novembro daquele ano fez uma intervenção cirúrgica implantando quatro pontes de safena em seu coração, ficando confinado ao hospital por meses. A crise cardíaca, atribuída ao consumo de álcool e à pressão alta, o fez deixar de lado o governo, que passou por repetidas crises políticas.



No ano novo de 1999, surpreendeu o país anunciando sua renúncia e apontando para o cargo de presidente Vladimir Pútin, que o protegeu até o fim de repetidas tentativas de abertura de processos por crimes de guerra.


 


No YouTube é possível encontrar vários vídeos pró e contra Ieltsin. Alguns deles mostram sua verve dançarina (veja abaixo) ou uma versão mais mulherenga, ao atirar no mar uma banhista que conversava com a delegação presidencial em Sukhumi, no Mar Negro, em 1994.





 





 


Da redação, com informações da RIA-Novosti e Prensa Latina